# O Livro Em Poucos Parágrafos
Em "Foco Roubado: Os ladrões de atenção da vida moderna", o jornalista e escritor [[Johann Eduard Hari]] embarca em uma investigação profunda sobre a crescente dificuldade das pessoas em manter a atenção na era moderna. Ele desmistifica a ideia de que a incapacidade de focar é uma falha pessoal, argumentando que nossa atenção está sendo roubada por [[Doze forças do foco roubado|doze poderosas forças externas e sistêmicas]], e não por deficiências individuais.
[[Johann Eduard Hari]] explora como o design viciante das grandes empresas de tecnologia, impulsionado pelo [[Capitalismo de vigilância]], que nos mantém constantemente engajados, explorando o [[Viés de negatividade]] e levando à [[Hipervigilância]]. A constante [[3 efeitos da alternância na atenção]] e o [[Efeito do custo da mudança]] resultam em menor produtividade e criatividade. Além disso, a [[Inferioridade da tela]] na leitura, a interrupção da [[Divagação mental]] (crucial para a compreensão e a criatividade) e a privação de sono contribuem significativamente para a exaustão mental e física.
O livro também aborda como fatores ambientais, como a poluição (incluindo a [[Nuerotoxicidade do desenvolvimento]]) e dietas baseadas em alimentos ultraprocessados, afetam diretamente nossa cognição. [[Johann Eduard Hari]] critica o [[Otimismo cruel]], que oferece soluções individuais simplistas para problemas sistêmicos, e argumenta que muitos diagnósticos de TDAH podem ser reflexos de [[Objetivos biológico frustrados]] e da [[Técnica zumbi]] de culpar a biologia em vez do ambiente. O confinamento físico e psicológico das crianças, que impede o desenvolvimento da [[Motivação intrínseca]] e da [[Maestria (Psicologia)]] através do brincar livre, é outra força crucial que mina a capacidade de atenção desde cedo.
Mais do que apenas diagnosticar o problema, "Foco Roubado" propõe soluções. Hari enfatiza a necessidade de ações coletivas e políticas, como banir o [[Capitalismo de vigilância]] e introduzir uma semana de quatro dias, para criar um ambiente que favoreça o foco. Ele sugere que, ao entender as [[4 camadas da atenção]] (luz direta, estelar, diurna e do estádio), podemos lutar para recuperar nossa capacidade de pensar profundamente e viver de forma mais significativa, buscando uma [[Economia de estado estacionário]] em vez de um crescimento incessante que degrada nossa atenção e o planeta. O livro é um apelo para que, como indivíduos e como sociedade, nos engajemos em uma "rebelião da atenção" para recuperar o que foi roubado.
# Como Este Livro Me Mudou
O livro "Foco Roubado: Os ladrões de atenção da vida moderna" aprimorou significativamente minha compreensão sobre a crescente dificuldade de manter o foco em nossas atividades. [[Johann Eduard Hari]] apresenta as [[Doze forças do foco roubado]] através de uma narrativa envolvente que mescla achados científicos, entrevistas com pesquisadores e especialistas, e sua própria experiência pessoal. O cerne do argumento de Hari é que, embora ações individuais sejam válidas, a verdadeira solução reside na abordagem sistêmica das causas da perda de foco. Isso implica reconhecer que a organização social, especialmente em esferas econômicas e empresariais, tem contribuído para a deterioração da nossa capacidade de concentração prolongada. Portanto, é imperativo repensar modelos de trabalho, desenvolvimento econômico e relações interpessoais para restaurar nossa capacidade de atenção.
Um ponto crucial que o livro evidencia é o impacto desproporcional da perda de foco nas crianças. Essa perspectiva ressoa fortemente com as ideias de [[Jonathan Haidt]] em seu livro [[A geração ansiosa|A geração ansiosa: Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais]], que li recentemente. Torna-se cada vez mais evidente a urgência de ações para mitigar os prejuízos impostos às nossas crianças, que, por sua vez, afetarão nosso futuro e as próximas gerações.
Considero essencial desenvolver estratégias individuais para recuperar o foco, como um paliativo para os efeitos negativos de curto prazo. No entanto, é imperativo iniciar um debate mais amplo sobre as causas em larga escala e conceber estratégias de mitigação estruturais.
# Notas
- [[Pré-compromisso]]
- [[3 efeitos da alternância na atenção]]
- [[Efeito do custo da mudança]]
- [[Inferioridade da tela]]
- [[Capitalismo de vigilância]]
- [[Viés de negatividade]]
- [[Otimismo cruel]]
- [[Hipervigilância]]
- [[Nuerotoxicidade do desenvolvimento]]
- [[Objetivos biológico frustrados]]
- [[Técnica zumbi]]
- [[Motivação intrínseca]]
- [[Motivação extrínseca]]
- [[Maestria (Psicologia)]]
- [[4 camadas da atenção]]
- [[Luz direta (Atenção)]]
- [[Luz estelar (Atenção)]]
- [[Luz diurna (Atenção)]]
- [[Luz do estádio (Atenção)]]
- [[Economia de estado estacionário]]
- [[Doze forças do foco roubado]]
# Meus 3 Principais Destaques
- Se você fica esperando que surja uma evidência perfeita, terá que esperar a vida inteira.- Posição 372 _(Pg: None)_
- Usamos nossos celulares agora de maneira tão habitual que ninguém mais considera que realizar uma tarefa e ao mesmo tempo checar o celular seja multitarefa, não mais do que achamos que coçar a bunda enquanto estamos em uma ligação seja multitarefa.- Posição 830 _(Pg: None)_
- Se sua reação a uma ideia é imediata, a não ser que tenha acumulado anos de experiência no tópico mais amplo, o mais provável é que ela seja superficial e desinteressante.- Posição 1572 _(Pg: None)_
# Destaques (225)
## Introdução: Andando por Memphis (9)
- A sensação de estar vivo no início do século 21 consistia nessa sensação de que a nossa capacidade de prestar atenção– de ter foco– estava sofrendo rachaduras e se partindo. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- Eu havia tirado Adam de Londres para fugir da nossa incapacidade de focar– e acabei descobrindo que não há como fugir, porque o problema está em toda parte. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- “cultura patogênica da atenção”– um ambiente no qual conseguir um foco sustentado e profundo é extremamente difícil para todos e que exige que você nade contra a corrente para consegui- lo. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- A democracia requer a capacidade de uma população de prestar atenção por tempo suficiente para identificar seus reais problemas, distingui- los de fantasias, propor soluções e responsabilizar seus líderes caso falhem em implantá- las. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- Aa sociedade precisa de pessoas colm alto grau de foco para realizar diversas tarefas importantes. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- Se você fica esperando que surja uma evidência perfeita, terá que esperar a vida inteira. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- Isso me parece bastante valido para a ciencia como um todo. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- Meus casos anedóticos individuais obviamente não são evidências científicas. Falam de algo mais simples: as razões pelas quais eu quis tanto saber as respostas a essas questões. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
- E isso deveria ser a base de qualquer estudo de caso ou anedota. (Capítulo: Introdução: Andando por Memphis | Localização Desconhecida)
## Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem (28)
- Anos antes, eu aprendera com cientistas sociais que, quando se trata de vencer algum tipo de hábito destrutivo, uma das ferramentas mais eficazes que temos é o chamado “pré- compromisso”. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Faca tudo o que pode para prevenir o que acontecera ou se comportar como deseja. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- O que se viu é que o pré- compromisso foi muito bem- sucedido9– tomar a clara decisão de fazer alguma coisa e prometer mantê- la tornou os homens significativamente melhores em se conter. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Todos os dados sugeriram que, com o passar do tempo, estávamos focando menos em qualquer assunto individual. (A única exceção, de modo intrigante, era a Wikipedia, onde o nível de atenção em assuntos mantinha- se estável.) (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Curioso esse ponto (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Quantas semanas ou meses levavam para se cansar e passar ao tópico seguinte. Quando examinaram os dados, viram que o gráfico era similar ao do Twitter. Década após década, por mais de 130 anos, os assuntos surgiam e desapareciam cada vez mais rápido. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- O que descobriram é que existe um mecanismo que pode fazer isso acontecer todas as vezes. Você tem simplesmente que inundar o sistema de mais informações. Quanto mais informação você bombeia nele, menos tempo as pessoas conseguem focar em qualquer parte individual dele. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Excesso dd ibformacao faz com que o sistema tenha menos tempo de absolvição (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- “Há esse aspecto da velocidade, que cria uma sensação incrível… Parte da razão pela qual nos sentimos absorvidos nisso é que se trata de algo impressionante, certo? Você sente que está conectado ao mundo inteiro, e que é capaz de saber e aprender qualquer coisa que aconteça a respeito de um assunto.” Mas estamos dizendo a nós mesmos que somos capazes de ter uma expansão massiva na quantidade de informações à qual estamos expostos, e na velocidade com a qual ela chega a nós, sem custos. Isto é ilusório: (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Ter inforacao demais nao significa que conseguimos digeri-la. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Dizia que estamos, coletivamente, experimentando “um exaurimento mais rápido dos recursos de atenção”. Quando li isto, entendi o que havia experimentado em Provincetown. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Isso mostra que há um limite para a rapidez com que humanos conseguem absorver informação, e ao tentar ultrapassar essa barreira você simplesmente diminui a capacidade de seu cérebro compreender. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- a gente leva um certo tempo para aprender. Mesmo com formas mais dinamicas, trocamos sempre velocidade por compreensão (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Depois que percebi isso, fiquei especulando se de alguma maneira estamos cada vez mais fazendo uma leitura rápida da vida, pulando com pressa de uma coisa à outra, absorvendo cada vez menos. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Provavelmente sim, e isso pode ser perigoso. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Perguntei a ele por quê. Respondeu que “precisamos encolher o mundo para que se encaixe na nossa largura de banda cognitiva”. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Existe um fato crucial, disse ele, que todo ser humano precisa entender– e tudo mais que explicou deriva disto. “Seu cérebro só consegue produzir um ou dois pensamentos” por vez em sua mente consciente. É isso. “Somos muito, muito específicos.” Temos “uma capacidade cognitiva muito limitada”. Isso se deve à “estrutura fundamental de nosso cérebro”, que não vai mudar. Mas em vez de reconhecer isso, foi o que Earl me disse, inventamos um mito. O mito é que somos realmente capazes de pensar em três, cinco, dez coisas ao mesmo tempo. Para fingir que as coisas são desse jeito, adotamos um termo que não se destinava a ser usado para seres humanos. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- O que os cientistas descobriram é que quando as pessoas acham que estão fazendo várias coisas ao mesmo tempo na realidade elas estão– como Earl explicou– “fazendo um simples malabarismo. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Ele explicou que existem três maneiras pelas quais essa alternância constante acaba degradando sua capacidade de focar. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- primeira é chamada de efeito do custo da mudança. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- A segunda maneira pela qual alternar tarefas prejudica sua atenção é o que poderíamos chamar de efeito pisar na bola. Quando você passa de uma tarefa para outra, alguns erros, que de outro modo não aconteceriam, começam a se insinuar, porque– Earl explica– “seu cérebro é propenso ao erro. Quando você passa de uma tarefa para outra, ele precisa voltar atrás um pouco e acertar o passo, ver onde foi que largou a coisa” (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Depois há um terceiro custo em achar que você é multitarefa, um custo que só é notado a médio ou a longo prazo– e que podemos chamar de dreno de criatividade. É provável que você fique bem menos criativo. Por quê? “Veja bem, de onde é que vêm novos pensamentos [e] inovação?”, Earl perguntou. Vêm de seu cérebro moldar novas conexões a partir do que você vê, ouve e aprende. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Soube mais tarde de uma quarta consequência, baseada em um conjunto de evidências menor– que poderíamos chamar de efeito de diminuição da memória. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Portanto, se você gasta seu tempo mudando de tarefa a toda hora, a evidência sugere que você será mais lento, cometerá mais erros, será menos criativo e se lembrará menos do que fez. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- esses sao os 4 problemas de estar acelerado o tempo inteiro. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Usamos nossos celulares agora de maneira tão habitual que ninguém mais considera que realizar uma tarefa e ao mesmo tempo checar o celular seja multitarefa, não mais do que achamos que coçar a bunda enquanto estamos em uma ligação seja multitarefa. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- O dr. Larry Rosen, professor de Psicologia na Universidade do Estado da Califórnia, descobriu que o adolescente médio e o jovem adulto acreditam sinceramente que são capazes de acompanhar seis ou sete formas de mídia ao mesmo tempo. 32 Não somos máquinas. Não podemos viver segundo a lógica das máquinas. Somos humanos e funcionamos de outro jeito. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
- Para chegar a esse resultado, ele diz que você tem que se afastar– por períodos de tempo cada vez maiores– das suas fontes de distração. É um erro, segundo ele, “tentar a tarefa única com base na força de vontade–, porque é muito difícil resistir àquele tapinha no ombro que a informação lhe dá”. (Capítulo: Força 1 - O aumento da velocidade, da mudança de tarefas e da filtragem | Localização Desconhecida)
## Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo (19)
- Força nº 2: A incapacitação do nosso estado de fluxo (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- O narcisismo, foi o que me veio à mente, é uma corrupção da atenção– o que ocorre quando sua atenção fica sintonizada apenas em você mesmo e em seu ego. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Gloria Mark, que durante anos estudou a Ciência das Interrupções. Ela explicou que se você passa muito tempo sendo interrompido na sua vida diária, começa a se interromper mesmo quando está livre de quaisquer interrupções externas. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- recebido sinais de inúmeras pessoas, e feito isso o dia inteiro. Mensagens de texto, de Facebook, ligações telefônicas– eram pequenas maneiras pelas quais o mundo parecia dizer: estou vendo você, estou ouvindo você. Precisamos de você. Mande sinal de volta. Mande mais sinais. Só que agora a sinalização tinha parado e a sensação era de que o mundo me dizia– você não importa mais. A ausência desses insistentes sinais parecia sugerir uma ausência de sentido. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Essa descrição parece bastante vivida e ao mesmo tempo é assustadora. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Muitos animais vão focar em coisas muito complexas– e que para eles não fazem sentido–, desde que você os recompense bem. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Se Skinner estivesse certo– isto é, que os seres humanos fazem as coisas apenas para obter recompensas e evitar punições– isso não faria sentido. Você produziu a obra; agora, eis a recompensa, bem diante de você, para curti- la. Mas as pessoas criativas pareciam quase desinteressadas em recompensas; (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Ha coisas que I dependem de recompensa para serem executadas? (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- O propósito de um fluxo é continuar fluindo, não é buscar um pico ou uma utopia, mas manter- se no fluxo. Não é subir, é continuar fluindo; você sobe para manter o fluxo”. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Os estudos de Mihaly identificaram vários aspectos do fluxo, mas a meu ver– ao lê- los em detalhe– se você quer chegar lá, o que precisa saber pode ser resumido a três componentes essenciais. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- A primeira coisa que precisa fazer é definir claramente uma meta. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Você precisa tomar a decisão de persegui- la e deixar de lado suas outras metas enquanto fizer isso. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Em segundo lugar, é preciso fazer algo que tenha sentido para você. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Em terceiro lugar, também ajuda você fazer algo que esteja no limite de suas possibilidades, mas não além delas. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Portanto: para encontrar o fluxo, é preciso eleger uma única meta; certificar- se de que ela faz sentido para você; e tentar ir até o limite da sua capacidade. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Essas sao as 3 caracteristicas de uma tarefa para que entremos no fluxo. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Em nossa vida normal, muitos de nós tentamos obter alívio da dispersão simplesmente desabando– buscamos nos recuperar de um dia sobrecarregado ficando estatelados diante da TV. Mas se você apenas corta a dispersão indo descansar– se não a substitui por uma meta positiva que esteja perseguindo– continuará sendo trazido de volta para a dispersão mais cedo ou mais tarde. O caminho mais poderoso para sair da dispersão é encontrar seu fluxo. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Precisamos de uma meta clara e positiva para o que estamos fazendo. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
- Senti naquela hora que todos temos uma escolha entre duas forças profundas– fragmentação ou fluxo. A fragmentação nos torna menor, mais raso, mais raivoso. O fluxo nos torna maior, mais profundo e mais calmo. (Capítulo: Força 2 - A incapacitação do nosso estado de fluxo | Localização Desconhecida)
## Força 3 - O aumento da exaustão física e mental (11)
- Ele contou: “Ficava perplexo ao ver como o desempenho se deteriorava. Uma coisa é dizer que o desempenho médio de uma tarefa de memorização cai 20% ou 30%. Outra coisa bem diferente é quando seu cérebro fica tão lento que demora dez vezes mais para reagir a algo”. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- Desde 1942, o tempo de sono de uma pessoa vem sendo diminuído em uma hora, na média. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- “sono local”. É quando “uma parte do cérebro está acordada e a outra parte está dormindo”. (É chamado de sono local porque fica localizado apenas em uma parte do cérebro.) (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- “As pessoas que têm os tempos mais rápidos de reação são aquelas que costumam dormir mais”, mostrou a seus alunos– e quanto menos dormem, menos veem ou reagem. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- Falta de sono afeta dirrtamente nosso tempo de reação (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- Quanto menos você dorme, mais o mundo fica nebuloso em todos os sentidos– no seu foco imediato, na sua capacidade de pensar em profundidade, de fazer conexões e na sua memória. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- o sono é um processo incrivelmente ativo. Quando você dorme, há todo tipo de atividade no seu cérebro e no seu corpo– e essas atividades são necessárias para que se seja capaz de funcionar e focar. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- Mas Roxanne disse- me com franqueza: “Se você induz o sono quimicamente, não tem o mesmo tipo de sono”. Lembre- se– o sono é um processo ativo, no qual seu cérebro e seu corpo fazem um monte de coisas. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- Eis um exemplo claro. Nós evoluímos para sermos capazes de obter um aporte de energia– um “jorro de impulso de vigília”, diz Charles– quando o sol começa a se pôr. Isso foi muito útil aos nossos ancestrais. Imagine- se acampando e que o sol começa a se pôr– sentir esse jorro de vigília torna- se muito útil porque você consegue terminar de montar sua barraca antes que anoiteça. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- De fato, 90% dos norte- americanos olham para algum dispositivo eletrônico brilhante nos sessenta minutos que antecedem a ida para a cama– desencadeando justamente esse processo. Estamos agora expostos a dez vezes mais luz artificial do que há apenas cinquenta anos. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
- Charles disse que “haveria um terremoto em nosso sistema econômico, porque ele passou a depender de pessoas privadas de sono. As falhas de atenção são vistas apenas como um dano colateral. Como se fossem o mero custo de fazer negócios”. (Capítulo: Força 3 - O aumento da exaustão física e mental | Localização Desconhecida)
## Força 4 - O colapso da leitura sustentada (18)
- Cerca de 57% dos norte- americanos agora não leem um livro sequer em um ano típico. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Ler livros é algo que nos treina a ler de uma maneira particular– linear, focada em uma só coisa por um período sustentado de tempo. Ler a partir de telas, foi o que ela descobriu, nos treina para ler de outra maneira– pulando e passando maniacamente de uma coisa à outra. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Existe hoje ampla evidência científica disso, a partir de 54 estudos, 65 e ela explicou que o tópico é referido como “inferioridade de tela”. Essa lacuna na compreensão entre livros e telas é grande o suficiente para que em crianças do ensino elementar seja equivalente a dois terços de um ano no desenvolvimento da compreensão da leitura. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Quando estava em Harvard realizando entrevistas, um professor me contou que precisava fazer o maior esforço para que seus alunos lessem até mesmo livros muito curtos, e que cada vez mais lhes indicava podcasts e vídeos do YouTube para assistir. E estamos falando de Harvard. Comecei a tentar imaginar o que será de um mundo em que essa forma de foco profundo encolhe tanto e tão rápido. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Nao ssria p caso de usar mais de um tipo de media para garantir o aprendizado? Por exemplo, sera que existe um comparativo de aprendizadp entre um textp, uma aula, um video e um podcast? (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- É por isso que McLuhan disse que toda vez que aparece um novo meio– uma nova maneira de os humanos se comunicarem– traz embutido nele uma mensagem. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Passamos a ver as coisas diferentes so pela introducao de um novo meio. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Qual é essa mensagem? Primeiro: que não deve focar em uma apenas uma única coisa por muito tempo. O mundo pode e deve ser entendido a partir de declarações curtas, simples, de 280 caracteres. Segundo: o mundo deve ser interpretado e entendido de modo assertivo e muito rápido. Terceiro: o que mais importa é se as pessoas concordam imediatamente com e aplaudem suas declarações curtas, simples e rápidas. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Essa e a forma como o X faz voce enxergar o mundo. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- E quanto ao Facebook? Qual é a mensagem nesse meio? Parece que é, em primeiro lugar: que a sua vida existe para ser exibida para as outras pessoas e que você deve ter como meta mostrar diariamente aos seus amigos alguns destaques editados de sua vida. Segundo: o que importa é se as pessoas gostam imediatamente dessas edições cuidadosamente selecionadas que você passa o dia produzindo. Terceiro: que alguém é seu “amigo” se você regularmente vê os destaques editados dele, e ele vê os seus– é isso o que “amizade” significa. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- E quanto ao Instagram? Primeiro: o que importa é como você olha para o mundo exterior. Segundo: o que importa é como você olha para o mundo exterior. Terceiro: o que importa é como você olha para o mundo exterior. Quarto: o que importa é se as pessoas gostam de como você olha para o mundo exterior. (Não estou dizendo isso para produzir um efeito divertido ou sarcástico: essa é de fato a mensagem que o site oferece.) (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Se sua reação a uma ideia é imediata, a não ser que tenha acumulado anos de experiência no tópico mais amplo, o mais provável é que ela seja superficial e desinteressante. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Antes que as palavras transmitam seu sentido específico, a mídia do livro nos fala de várias coisas. Em primeiro lugar, que a vida é complexa e que para você entendê- la precisa reservar uma boa porção de tempo e pensar profundamente a respeito. Precisa desacelerar. Em segundo lugar, que há um valor em deixar de lado suas outras preocupações e focar atenção em uma coisa só, frase por frase, página por página. Em terceiro lugar, que vale a pena pensar profundamente a respeito de como as outras pessoas vivem e como suas mentes funcionam. Elas têm vidas interiores complexas, igual a você. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Quando alguém lê um romance, mergulha nele para saber como é estar na cabeça de outra pessoa. Simula uma situação social. Imagina outras pessoas e as experiências que elas têm, e o faz de maneira profunda e complexa. Então, disse ele, se alguém lê um monte de romances, talvez se torne melhor em compreender de fato as pessoas que estão fora daquelas páginas. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Você simula ser outro ser humano tão bem que a ficção passa a ser um simulador de realidade virtual muito melhor que as máquinas atualmente comercializadas sob este nome. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Achp que nao so isso mas o livro permite que voce edtruture pouco a pouco tal mundo (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Quanto mais falava com Raymond, mais refletia que a empatia é uma das formas mais complexas de atenção que temos– e a mais preciosa. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
- Nós internalizamos a textura das vozes às quais ficamos expostos. Quando você se expõe às histórias complexas a respeito da vida interior de outras pessoas e por períodos de tempo extensos, isso reformula os padrões da sua consciência. (Capítulo: Força 4 - O colapso da leitura sustentada | Localização Desconhecida)
## Força 5 - A disrupção da divagação mental (10)
- De início, senti certa culpa. Você veio aqui para focar, disse a mim mesmo, e para aprender a respeito do foco. Mas está se permitindo o oposto disso– uma detumescência mental. Mas fui em frente. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- a meu ver– três eventos cruciais que ocorrem durante a divagação mental. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- Primeiro, você está lentamente tendo noção do mundo. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- Se não deixasse sua mente vagar um pouco, neste exato momento, você não estaria realmente lendo este livro de uma maneira que fizesse sentido para si. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- Em terceiro lugar, disse Nathan, durante a divagação sua mente envolve- se em uma “viagem mental no tempo”, quando perambula pelo passado para tentar prever o futuro. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- Pensei de novo em todos os estudos científicos que havia lido a respeito de como passamos o tempo todo alternando tarefas, e compreendi que, na nossa cultura atual, na maior parte do tempo, nós não estamos focando, mas tampouco estamos divagando. Ficamos em uma perpétua superficialidade, num zum- zum- zum insatisfatório. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- Portanto, estamos enfrentando uma crise que nos leva não só a perder o holofote de foco– enfrentamos uma crise de perda da divagação mental. Juntas, elas degradam a qualidade do nosso pensamento. Sem divagação mental, temos maior dificuldade para captar o sentido do mundo– e nesse estado bagunçado de confusão que se cria, ficamos ainda mais vulneráveis à fonte de dispersão que virá em seguida. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- Considerando que já se demonstrou que a divagação mental tem muitos efeitos positivos, por que ela nos faz sentir mal com tanta frequência? Há uma razão. A divagação mental pode facilmente virar ruminação. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- O mundo aceitara minha ausência com indiferença. Compreendi que e- mail gera e- mail, e se você simplesmente para, a coisa também cessa. Gostaria de dizer que me senti tranquilo e aliviado com isso. Na verdade, senti como uma afronta– como se meu ego tivesse sido espetado com uma agulha de tricô. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
- Mais combustivel e necessario apenas para aqueles que estao sempre rodando. (Capítulo: Força 5 - A disrupção da divagação mental | Localização Desconhecida)
## Força 6 - Parte 1 (8)
- compreendi que existem seis maneiras pelas quais nossa tecnologia, do jeito que opera atualmente, está causando danos à nossa capacidade de prestar atenção– e que essas causas estão unidas por uma força subjacente mais profunda que precisa ser superada. (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
- Aprender mágica é aprender a manipular sua atenção sem que perceba– e a partir do momento em que o mágico controla seu foco, foi o que Tristan compreendeu, ele pode fazer o que quiser. (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
- No Google, como logo aprendeu, o sucesso era medido, basicamente, pelo que chamavam de “engajamento”– definido pelos minutos e horas que você fica de olho grudado no produto. (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
- E quase tudo e feito com esse objetivo (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
- Tristan percebeu que estava batendo de frente com uma contradição essencial. Quanto mais as pessoas ficam olhando para seus celulares, mais dinheiro essas companhias ganham. Ponto- final. (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
- A tarefa da tecnologia, acreditava Jef, era elevar as pessoas e permitir que alcançassem suas metas mais ambiciosas. (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
- A tecnologia não busca tornar- nos super- humanos. Busca tornar- nos extra- humanos”. (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
- A lógica do sistema subjacente ficava cada vez mais clara para Aza. O Vale do Silício vende uma imagem de si como defensor de “uma meta grandiosa, elevada– conectar todos no mundo, ou seja lá o que for. Mas quando você está ali fazendo o trabalho cotidiano, vê que se trata de aumentar o número de usuários”. (Capítulo: Força 6 - Parte 1 | Localização Desconhecida)
## Força 6 - Parte 2 (16)
- Às vezes é sobre uma coisa específica que nunca mencionaram [mas podem ter falado a respeito off- line um dia antes com um amigo]. Bem, de metade a dois terços da plateia geralmente levanta a mão. A verdade é mais arrepiante ainda. Não é que estejam ouvindo e depois coloquem um anúncio que acerta bem no alvo. É que o modelo que eles têm de você é tão preciso que chega a fazer previsões a seu respeito. Que você sente como se fossem mágicas”. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Esse é o modelo de negócios que constrói e sustenta os sites nos quais gastamos boa parte da vida. O termo técnico para esse sistema– cunhado pela brilhante professora de Harvard Shoshana Zuboff– é “capitalismo de vigilância”. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- chegada do smartphone teria de qualquer modo aumentado em algum grau o número de dispersões na vida, mas uma grande parte do dano ao nosso espectro de atenção está sendo causada por algo mais sutil. Não é o smartphone em si; é a maneira em que são projetados os aplicativos no smartphone e os sites em nossos laptops. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- A maneira em que nossa tecnologia opera para corroer nossa atenção foi uma escolha e continua sendo– do Vale do Silício, e também da sociedade como um todo, que permite que eles façam isso. Os humanos poderiam ter feito uma escolha diferente, e ainda podem fazê- la. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- O algoritmo que eles de fato usam varia o tempo todo, mas há um princípio- chave consistente. Ele mostra a você coisas que o farão continuar olhando a tela. É isso. Lembre- se: quanto mais tempo você olha, mais dinheiro eles ganham. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Há bastante tempo os cientistas comprovaram esse efeito em diversos contextos– se lhe mostrarem uma foto de uma multidão, com algumas pessoas felizes e outras indignadas, instintivamente você olhará primeiro os rostos com raiva. Até bebês de dez semanas reagem de modo diferente a rostos com raiva. 101 Isso é algo sabido há anos em Psicologia e que conta com amplo corpo de evidências. É o chamado “viés de negatividade”. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Portanto, um algoritmo que priorize lhe manter grudado na tela vai– de maneira involuntária, mas inevitável– priorizar indigná- lo e deixá- lo com raiva. O que desperta mais raiva, desperta também maior engajamento. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Primeiro, esses sites e aplicativos são designados para treinar nossa mente a desejar recompensas frequentes. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Em segundo lugar, esses sites lhe pressionam a mudar de tarefa com maior frequência do que faria normalmente– seja para pegar o celular, seja para clicar no Facebook no seu laptop. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Terceiro, esses sites aprendem– como diz Tristan– a “fraturá- lo”. Eles conseguem saber o que lhe comove, de maneiras muito específicas– ficam sabendo o que você gosta de olhar, o que lhe deixa empolgado, com raiva e o que o enfurece. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Quarto, em razão da maneira pela qual os algoritmos operam, esses sites deixam você com raiva uma boa parte do tempo. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Quinto, além de lhe deixarem com raiva, esses sites fazem você sentir que está rodeado pela raiva de outras pessoas. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Sexto, esses sites incendeiam a sociedade. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Mas há evidências de que esses sites estão agora danificando seriamente nossa capacidade de nos reunirmos como sociedade para identificar nossos problemas e encontrar soluções, como foi feito no exemplo citado. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Quando estamos perdidos no meio de mentiras, e somos o tempo inteiro instigados por nossos colegas cidadãos a sentir raiva, isso dispara uma reação em cadeia. E então não é mais possível entender o que está de fato acontecendo. Nessas circunstâncias, não temos condições de resolver nossos desafios coletivos. O que significa que nossos problemas mais gerais vão piorar e, consequentemente, a sociedade não será apenas sentida como mais perigosa– ela será de fato mais perigosa. As coisas começarão a se desmantelar. E conforme o perigo real aumenta, tornamo- nos cada vez mais vigilantes. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
- Quando Bolsonaro inesperadamente venceu as eleições e virou presidente, seus apoiadores gritavam “Facebook! Facebook! Facebook!” 119 Sabiam o que os algoritmos haviam feito por eles. Houve, sem dúvida, vários outros fatores em ação na sociedade brasileira– esse é apenas um–, mas foi o que os seguidores de Bolsonaro escolheram primeiro, e de bom grado. (Capítulo: Força 6 - Parte 2 | Localização Desconhecida)
## Força 7 - A ascensão do otimismo cruel (9)
- Uma infância é feita de pequenos momentos de conexão entre filhos, mães e pais. Se perder esses momentos, nunca mais vai recuperá- los. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- Nir acredita que, quando alguém se dispõe a superar esse processo de ficar engajado em seus aplicativos e dispositivos, precisa desenvolver aptidões individuais para resistir àquela parte dentro de si que sucumbe a essas dispersões. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- No caso dele, funcionava. Ensinou a Nir que “não somos obrigados a nos submeter a hábitos. Eles podem ser interrompidos. E são interrompidos o tempo todo. Podemos mudar os hábitos. A maneira de mudar um hábito é entender em que consiste o gatilho interno, e certificar- se de colocar algum tipo de freio entre o impulso em direção a um comportamento e a adoção real desse comportamento”. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- A meta do designer é criar um “gatilho interno” 130 (lembra disso?) que mantenha o usuário sempre voltando. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- um conceito denominado “otimismo cruel”. É quando se pega um problema realmente grande, com causas profundas em nossa cultura– como a obesidade, ou a depressão, ou o vício– e oferece às pessoas, em linguagem positiva, uma solução individual simplista. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- Não vamos dar insulina aos funcionários, mas daremos aulas sobre como mudar sua forma de pensar. É a versão século 21 de Maria Antonieta, “Então que comam brioches”. Então que tenham atenção plena. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- Esse é um dos problemas do otimismo cruel– ele pega casos excepcionais, geralmente alcançados em circunstâncias excepcionais, e passa a tratá- los como se fossem lugar- comum. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- Uma dieta não muda seu ambiente mais amplo– e é esse ambiente a causa da crise. Você cumpre a dieta e ainda está em um ambiente não saudável que lhe pressiona a ganhar peso. Tentar perder peso no ambiente que construímos é como tentar subir uma escada rolante que desce. Algumas pessoas podem heroicamente dar um sprint e atingir o topo– mas a maioria vai voltar ao início da escada, achando que o erro foi seu. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
- Ele me fez perceber que para termos nossa atenção de volta precisamos adotar algumas soluções individuais– mas temos que ser honestos o suficiente para dizer às pessoas que apenas o esforço delas provavelmente não será suficiente para tirar a maioria de nós desse buraco. Teremos também que enfrentar coletivamente as forças que estão tirando nosso foco e obrigá- las a mudar. (Capítulo: Força 7 - A ascensão do otimismo cruel | Localização Desconhecida)
## Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda (11)
- “Poderíamos simplesmente proibir o capitalismo de vigilância”. Parei para tentar entender o que estava dizendo. Ele explicou que isso significaria o governo proibir qualquer modelo de negócios on- line que rastreasse as pessoas a fim de descobrir suas fragilidades para depois vender esses dados privados pela melhor oferta para que outros pudessem mudar seu comportamento. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- A função do site– pela primeira vez– seria descobrir o que nos deixa felizes e passar a nos dar isso, em vez de descobrir o que deixa os anunciantes felizes e como nos manipular para dar isso a eles. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- No presente momento, disseram eles, as mídias sociais estão projetadas para capturar sua atenção e vendê- la pela melhor oferta, mas poderiam ser feitas para compreender suas intenções e prestar melhor ajuda para que as realizasse. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- Essa é a razão– mais que o resto–, sólida como pedra, pela qual tem que mudar o modelo de negócios se quiser mudar a maneira pela qual as mídias sociais nos afetam. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- Depois de estudar todos os dados ocultos– as coisas que o Facebook não libera ao público– os cientistas da empresa chegaram a uma conclusão. Escreveram: “Nossos algoritmos exploram a atração que o cérebro humano tem pelo divisionismo” e que “se isto não for revisto” o site continuaria a turbinar seus usuários com “mais e mais conteúdo divisionista, em um esforço para captar a atenção do usuário e aumentar seu tempo na plataforma”. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- Entendi que se o Facebook não se dispõe a parar de promover o fascismo– promovendo o nazismo na Alemanha– nunca se darão ao trabalho de proteger seu foco e sua atenção. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- O pessimismo político mantém as pessoas presas a uma busca de soluções puramente pessoais e individuais. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- Ficava lembrando a mim mesmo– forças tão poderosas quanto as empresas de tecnologia foram derrotadas muitas vezes na história humana, e isso sempre acontece do mesmo jeito: quando pessoas comuns formam movimentos e reivindicam algo melhor, e não desistem até que tenham conseguido. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- O movimento feminista nos ensina que forças imensas e aparentemente inamovíveis podem ser desafiadas por pessoas comuns– e que quando elas o fazem, podem trazer uma mudança efetiva. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- nenhuma fonte de poder, nenhum conjunto de ideais, é tão vasto que não possa ser desafiado. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
- Aza explicou: “Pior ainda, podem examinar todo o seu Gmail, todos os e- mails que você respondeu de maneira rápida e positiva, e aprender esse estilo. (Capítulo: Os primeiros vislumbres de uma solução mais profunda | Localização Desconhecida)
## Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância (7)
- Se isso ocorrer, provavelmente desenvolverá um estado conhecido como “hipervigilância”. Você começa a procurar sinais de perigo o tempo todo– haja um urso bem na sua frente ou não. Nadine explicou: “Hipervigilância é essencialmente ficar procurando um urso a cada esquina. Sua atenção foca em indícios de potenciais perigos, em vez de focar em estar presente naquilo que de fato está acontecendo, ou na lição da escola que você deveria estar aprendendo, ou no trabalho que se supõe que deveria fazer. Não é que [pessoas nesse estado] não esteja prestando atenção. É que está prestando atenção a quaisquer dicas ou indícios de ameaça ou de perigo no ambiente. É nisso que seu foco está”. (Capítulo: Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância | Localização Desconhecida)
- É o chamado Levantamento de Experiências Adversas de Infância. 149 É bem direto. Você tem que perguntar: Já experimentou alguma dessas coisas ruins em sua infância– fatores como abuso físico, crueldade ou negligência? Depois pergunta- se sobre quaisquer problemas que a criança possa estar enfrentando no momento– como obesidade, dependência química e depressão. (Capítulo: Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância | Localização Desconhecida)
- Nadine acreditou estar revelando uma verdade crucial a respeito de foco: para prestar atenção de maneiras normais, você precisa se sentir seguro. Precisa ser capaz de desligar as partes de sua mente que ficam varrendo o horizonte à procura de ursos, leões ou seus equivalentes modernos, e permitir que você mergulhe em um tópico seguro. (Capítulo: Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância | Localização Desconhecida)
- “É frequente você ouvir que ao experimentar traumas de infância as pessoas ficam destruídas ou prejudicadas”, mas, na realidade, “temos a capacidade de mudar”. Ela vê isso o tempo todo na sua prática: “É impressionante o número de crianças que foram do fracasso ao quadro de honra por terem recebido o diagnóstico e o apoio corretos”. (Capítulo: Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância | Localização Desconhecida)
- Por exemplo, o professor Charles Nunn, um destacado antropólogo evolucionário, investigou o aumento dos casos de insônia, e descobriu que temos dificuldades para dormir quando experimentamos “estresse e hipervigilância”. 157 Se não se sente seguro, é incapaz de descontrair, pois seu corpo fica dizendo– você corre perigo; fique esperto. (Capítulo: Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância | Localização Desconhecida)
- O que a garantia de uma renda básica parece ter feito– apesar de ser uma quantia pequena– é dar a quem a recebe a sensação de que finalmente está em terreno estável. (Capítulo: Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância | Localização Desconhecida)
- Mas, então, aprendi que há outra força contrária à atenção em nossa cultura– e que vem aumentando ao longo de todo o meu tempo de vida. Como cultura, aqui no mundo ocidental, trabalhamos mais tempo a cada década que passa. Ed Deci, professor de Psicologia que entrevistei na Universidade de Rochester, no norte do estado de Nova York, mostrou que a cada ano é acrescentado um mês àquilo que, em 1969, era considerado um expediente em tempo integral. (Capítulo: Força 8 - O surto do estresse e como ele desencadeia a vigilância | Localização Desconhecida)
## Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão (8)
- Tudo isto sugere que, quando as pessoas trabalham menos, seu foco melhora de modo significativo. Andrew disse que precisamos avaliar melhor a lógica de que mais trabalho é sempre melhor trabalho. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
- Hoje, apenas 56% dos norte- americanos têm uma semana de férias por ano. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
- Com poucas e honrosas exceções, como a de Andrew, os donos de corporações não aceitam voluntariamente que lhes dê menos de seu tempo, nem o Facebook. Eles precisam ser forçados a aceitar isso. A introdução do fim de semana foi o maior desafio já feito à sociedade acelerada. Somente uma luta como essa possibilitará uma semana de quatro dias. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
- Mas, a certa altura, compreendi que muitas vezes só acho que trabalhei o suficiente se, no final do dia, sinto- me muito cansado ou totalmente exaurido. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
- Nossa maneira de trabalhar parece fixa e imutável– até ela mudar, e então compreendemos que antes de mais nada ela não precisa ser assim. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
- Com efeito, a ideia do horário de expediente desapareceu, e estamos todos de plantão o tempo inteiro. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
- Agora qualquer empresa com mais de cinquenta funcionários precisa negociar formalmente com seus trabalhadores e combinar as horas nas quais podem ser contatados– e todas as demais horas estão isentas de obrigações. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
- Na realidade, alardear os benefícios de relaxar para pessoas que não têm permissão do chefe para relaxar acaba sendo uma provocação insana– é como dizer às vítimas da fome o quanto se sentiriam melhor se jantassem no Ritz. (Capítulo: Os lugares que descobriram como reverter o surto de velocidade e exaustão | Localização Desconhecida)
## Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente (12)
- Quando “você tem um nível baixo, muito baixo de energia, e sente a toda hora que precisa de algo para levantar o pique… É o nível de açúcar no sangue que desabou”. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- mudar a dieta pode ser uma saida entao (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Nos Estados Unidos e no Reino Unido, a maioria das coisas que comemos hoje cai na categoria de “comida ultraprocessada”– que é, como Michael Pollan aponta, tão distante de tudo na natureza que é difícil imaginar até mesmo quais devem ser seus ingredientes originais. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Em Nova York, tomei café da manhã com o dr. Drew Ramsay, um dos pioneiros da “psiquiatria nutricional”– um novo campo que busca a conexão entre nossa maneira de comer e nossos desafios psicológicos. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Cm… Nunca tinha ouvido nesse termo (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Mas “há uma coisa que unifica todas elas. Todas, em primeiro lugar, excluem esse lixo que está nos adoecendo. Todas deixam de fora os carboidratos refinados, a comida processada e os óleos de baixa qualidade. Todas se baseiam em alimentos integrais… Essa é a chave, esse é o segredo: simplesmente voltar aos alimentos integrais. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- eu poderia ter lhe explicado, em termos bem básicos, que a poluição do ar, por exemplo, causa asma e outros problemas respiratórios. Mas fiquei perplexo quando soube que há uma evidência crescente sugerindo que essa poluição também prejudica gravemente nossa capacidade de focar. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Um cientista de Barcelona, o professor Jordi Sunyer, testou a capacidade de prestar atenção de crianças em idade escolar de vários pontos da cidade– e descobriu que quanto pior a poluição, pior o desempenho das crianças. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Durante toda a pesquisa para este livro, eu sempre me esforcei para deixar bem estabelecida na minha mente a natureza estrutural da crise de atenção. Vivemos em uma cultura muito individualista, constantemente pressionados a ver nossos problemas como falhas individuais, e a buscar soluções individuais. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Vemos agora nitidamente que havia um grande problema com uma causa profunda no ambiente– e que, no entanto, a reação básica era dizer às pessoas que colocassem toda a sua energia em uma atividade individual frenética e deslocada que não fazia a menor diferença, ou (pior ainda) que deveriam culpar os próprios filhos que estavam sendo envenenados. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Há quase vinte anos, Barbara está envolvida em testes de neurotoxicidade do desenvolvimento– ciência que avalia de que modo as substâncias químicas às quais estamos expostos, tanto nos produtos que compramos quanto nos alimentos que ingerimos, afetam o desenvolvimento dos fetos e bebês. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
- Ele disse que, “as substâncias químicas são consideradas inocentes até que um estudo atrás do outro mostre que são tóxicas”. Portanto, se quer colocar um produto no mercado contendo uma nova substância química, você pode usar o que quiser, e então, nos anos seguintes, cientistas com verba reduzida terão que se esforçar para avaliar se ela é segura ou não. (Capítulo: Força 9 e 10 - Nossas dietas deteriorantes e a poluição crescente | Localização Desconhecida)
## Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso (18)
- Quando se trata dos nossos problemas de atenção como adultos, costumamos identificar prontamente todo um conjunto de influências em nós– o aumento das tecnologias invasivas, estresse, falta de sono e assim por diante. Mas quando nossos filhos enfrentam os mesmos desafios, ao longo dos últimos vinte anos nós temos sido atraídos a aceitar uma história simples e cruel: que esse problema é em grande parte o resultado de um desastre biológico. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Mas já quero esclarecer algumas coisas sobre as quais cada especialista com quem conversei concorda: todo mundo que tem um diagnóstico de TDAH tem um problema real. Não estão inventando ou fingindo. Seja qual for a causa, se você ou seu filho está tendo que se esforçar para conseguir foco, não é culpa sua: você não é incompetente, indisciplinado ou qualquer dos demais rótulos estigmatizantes que pode ter recebido. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- É angustiante quando lhe dizem que seu filho tem uma deficiência. Ela ficou chocada– mas, ao mesmo tempo que essa mensagem é transmitida aos pais, eles também são informados de que há muitos pontos positivos: o comportamento do filho não é culpa deles. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Cerca da metade dos zoológicos dos Estados Unidos admite agora dar medicação psiquiátrica a seus animais, e 50% a 60% dos proprietários que vêm à clínica de Nicholas pedem medicação psiquiátrica para seus pets. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Ao descrever o que acontecia com aqueles cavalos, ele usou uma frase que eu gravei. Dizia que aqueles cavalos sofriam em razão de “objetivos biológicos frustrados”. Cavalos querem vagar, correr e pastar. Quando não podem expressar sua natureza inata, seu comportamento e seu foco ficam bagunçados, e começam a assumir outras atitudes. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Ele admitiu, tranquilamente, que sua abordagem de drogar animais em casos apelidados de “zoocose”– a loucura que animais costumam desenvolver quando enjaulados– é uma solução extremamente limitada. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Minha preocupação era que ele, ao encobrir esses sinais com drogas, incentivasse os donos desses animais a um tipo de fantasia– que fosse possível pegar uma criatura, ignorar sua natureza e fazê- la viver uma vida adaptada às necessidades do dono, não do animal, e sem qualquer custo. Precisamos encarar o sofrimento do animal, e não encobri- lo. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Precisamos de escolhas melhores que essas. “O que eu quero dizer é que a realidade não é uma escolha”, retrucou. “É o que temos, sabe disso, não? Então você precisa lidar com o que tem.” (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Cm… E as vezes mudar a realidade e extremammebte complexo (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Sami ainda prescreve ocasionalmente medicação estimulante para algumas crianças, mas é raro, por um curto período e só depois de tentar todas as outras opções. Ele diz que, na grande maioria dos casos, as crianças que vêm ao seu consultório com problemas de atenção, se ele as ouve e oferece um apoio prático para mudar o ambiente delas, o problema é quase sempre reduzido ou eliminado. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- psiquiatras. E é assim. Ele diz: “O TDAH não é um diagnóstico. Não é mesmo. É apenas uma descrição de certos comportamentos que às vezes se manifestam juntos. Só isso”. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- A parentalidade ocorre dentro de um ambiente– e se esse ambiente sobrecarrega os pais de estresse, é inevitável que afete seus filhos. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- O apoio social, ponderei eu, é a principal coisa que Sami oferece às famílias cujos filhos têm dificuldades com a atenção. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- O programa de Nadine é uma maneira bem pensada e compassiva de tratar pessoas com vício– mas fiquei perturbado ao saber que as drogas que estamos dando às crianças são um substituto razoável das metanfetaminas. Sami contou- me: “É um pouco bizarro perceber que está prescrevendo legalmente com uma mão as mesmas substâncias que com a outra mão diz que são muito perigosas se você tomar ilicitamente… A química delas é similar. Atuam de modo parecido. Afetam neurotransmissores muito semelhantes”. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Quase todas empregam um método mais simples conhecido como estudo de gêmeos. Eles pegam um par de gêmeos idênticos. Se um deles receber o diagnóstico de TDAH, verificam se o outro teve o mesmo diagnóstico. Depois pegam um par de gêmeos não idênticos. Se um receber o diagnóstico de TDAH, eles verificam se o outro gêmeo teve igual diagnóstico. Então repetem isso várias vezes, até terem uma amostra suficientemente grande, e comparam os valores. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- Portanto, explicou, há outra coisa além dos genes que poderia explicar a lacuna encontrada em todos esses estudos. Poderia ser o fato de que “gêmeos idênticos crescem em um ambiente mais propenso a modelar comportamentos similares que o ambiente dos gêmeos não idênticos”. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- técnica zumbi, à qual as pessoas continuam se referindo embora saibam que não há como defendê- la plenamente, porque nos diz o que queremos ouvir– isso é, que esse problema reside principalmente nos genes de nossas crianças. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
- há uma nova técnica chamada hereditariedade SNP, que descobre o quanto uma característica é geneticamente determinada, por meio de um método diferente do usado em estudos de gêmeos. Em vez de comparar tipos de gêmeos, esses estudos comparam a configuração genética de duas pessoas que não têm qualquer relação entre elas. (Capítulo: Força 11 - O aumento do TDAH e como estamos reagindo a isso | Localização Desconhecida)
## Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças (15)
- Em 2003, nos Estados Unidos, apenas 10% das crianças costumavam passar algum tempo brincando livremente fora de casa. 226 Agora, a infância acontece, de maneira esmagadora, a portas fechadas, e quando as crianças conseguem brincar, são supervisionadas por adultos ou a brincadeira acontece nas telas. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- os efeitos dessa mudança precisaríamos dividi- la em cinco diferentes componentes e examinar a evidência científica por trás de cada um. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- O primeiro é o mais óbvio. Ao longo dos anos, os cientistas descobriram um amplo corpo de evidências que mostram que quando as pessoas circulam mais– ou se envolvem em alguma forma de exercício– sua capacidade de prestar atenção melhora. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Para compreender esse segundo componente da mudança que ocorreu– a privação de brincar (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Isabel Behncke, especialista chilena em jogos e brincadeiras, contou- me na vez que sentamos para conversar na Escócia que a evidência científica existente até o momento sugere que “há três principais áreas [de desenvolvimento infantil] nas quais o jogo tem grande impacto. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Uma delas é a criatividade e a imaginação”– a maneira como aprende a pensar nos problemas e a resolvê- los. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- A segunda é a área dos “vínculos sociais”– como aprende a interagir com outras pessoas e a socializar. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- E a terceira é a da “vivacidade”– como aprende a experimentar alegria e prazer. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- A pesquisa deles revelou que todos os seres humanos têm dois tipos de motivação para fazer qualquer coisa. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Se corre de manhã porque adora a sensação– o vento no cabelo, sentir que seu corpo é potente e que a leva em frente– essa é uma motivação “intrínseca”. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Agora imagine que alguém corre não porque gosta, mas porque tem um pai do tipo sargento que o obriga a levantar e correr com ele. Ou imagine que corre para poder postar vídeos no Instagram, sem camisa, a fim de receber de volta coraçõezinhos, likes e comentários do tipo “hummm, gostosão”. Essa seria uma motivação “extrínseca” para correr. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Você “aprende o hábito de focar ao se interessar por uma coisa o suficiente para perceber o que está acontecendo e processar isso… A maneira pela qual aprende a focar é automática quando a coisa desperta seu interesse… ou quando lhe absorve ou emociona”. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Fiquei impressionado. Quando L. B. era obrigado a ouvir dos outros o que tinha que fazer– quando tinha que agir a partir de motivações extrínsecas– não conseguia focar, e ficava entediado o tempo todo. Mas quando teve a oportunidade, pelo fato de brincar, de descobrir o que realmente despertava seu interesse– quando desenvolveu uma motivação intrínseca– sua capacidade de focar floresceu, e passou a trabalhar horas seguidas sem interrupção, construindo seus barcos e carroças. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Em Aarhus, na Dinamarca, Jan Tonnesvang, professor de Psicologia, contou- me que todos precisamos ter um senso do que ele denomina “maestria”– sermos bons em alguma coisa. É uma necessidade psicológica humana básica. Quando você sente que é bom em algo, fica bem mais fácil focar naquilo, e se você se sente incompetente, sua atenção se dissolve como um caracol quando bota sal nele. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
- Isso bate com um corpo mais amplo de evidência científica– quanto mais uma coisa tem sentido, mais fácil é prestar atenção a ela e aprender, tanto para adultos como para crianças. (Capítulo: Força 12 - O confinamento físico e psicológico das crianças | Localização Desconhecida)
## Conclusão: A rebelião da atenção (26)
- disse que após anos estudando a questão do foco chegara à conclusão de que a atenção assume três formas diferentes– todas elas sendo roubadas agora. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Segundo James, a primeira camada de nossa atenção é a luz direta. É quando você foca em “ações imediatas”, como “Vou entrar na cozinha e fazer um café”. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Se sua luz direta é dispersada ou perturbada, você fica impedido de realizar ações de curto prazo como essas. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- A segunda camada de atenção é sua luz estelar. Diz ele que é o foco que aplica às suas “metas de longo prazo– projetos que se estendem no tempo”. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- A terceira camada da atenção é sua luz diurna. Essa é a forma de foco que lhe permite saber antes de mais nada as razões de suas metas de longo prazo. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Só é possível encontrar sua luz diurna e sua luz estelar se tiver períodos sustentados de reflexão, de divagação e de pensamento profundo. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- James acha que estamos todos passando por algo parecido com um ataque por negação de serviço que está sendo dirigido à nossa mente. “Somos esse servidor, e há todas essas coisas tentando captar nossa atenção, jogando informação em cima de nós… Isso sabota nossa capacidade de reagir seja lá ao que for. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Saí do apartamento de James e caminhei pelas ruas da capital russa, ponderando se existe de fato uma quarta forma de atenção, que eu chamaria de nossa luz do estádio– nossa capacidade de ver o outro, de ouvirmos uns aos outros e trabalharmos juntos para formular e lutar por metas coletivas. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- 1) Usava o pré- compromisso para não mudar tanto de uma tarefa para a outra. O pré- compromisso ocorre quando você percebe que para mudar seu comportamento precisa tomar medidas capazes de bloquear esse desejo de mudar de tarefa e que tornem mais difícil quebrar esse compromisso mais adiante. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- 2) Mudei minha maneira de reagir ao meu próprio senso de dispersão. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- 3) Com base no que aprendi a respeito de como as mídias sociais são projetadas para hackear nosso espectro de atenção, fico agora seis meses do ano fora delas. (É um período de tempo dividido em lotes, geralmente de algumas semanas). (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Adotei o que aprendi sobre a importância de deixar a mente divagar. Compreendi que deixar a mente divagar não é fazer a atenção desabar, na realidade, é em si uma forma crucial de atenção. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Eu costumava encarar o sono como um luxo, ou– pior– como um inimigo. Agora, sou rigoroso comigo e faço questão de dormir oito horas toda noite. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Sou extremamente favorável a que os indivíduos façam as mudanças possíveis em sua vida. E também sou favorável a aceitar honestamente que há limites para o quanto isso pode fazer você avançar. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Sob a pandemia, mais ainda do que antes, passamos a viver em simulações da vida social, e não na coisa real. Sem dúvida, era melhor isso do que nada– mas dava uma sensação de coisa frágil. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Uma coisa fica muito clara para mim agora. Se continuarmos sendo uma sociedade de pessoas severamente privadas de sono e com sobrecarga de trabalho; que mudam de tarefa a cada três minutos; que são rastreadas e monitoradas pelos sites de mídias sociais projetados para descobrir nossas vulnerabilidades e manipulá- las para nos fazer rolar, rolar e rolar uma tela; pessoas que ficam tão estressadas que se tornam hipervigilantes; com dietas que fazem nossa energia ter picos e depois uma grande baixa; que respiram todos os dias uma sopa química de toxinas que inflamam o cérebro– então, sim, vamos continuar sendo uma sociedade com graves problemas de atenção. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Com essa imagem em mente, tenho agora uma noção de como seria um movimento que reivindicasse recuperar nossa atenção. Eu começaria com três metas ambiciosas e ousadas. Primeira: banir o capitalismo de vigilância, porque pessoas que são hackeadas e engajadas à força não são capazes de focar. Segunda: introduzir uma semana de quatro dias, porque pessoas cronicamente exaustas não conseguem prestar atenção. Terceira: reconstruir a infância permitindo que as crianças brinquem livremente– nos seus bairros e na escola– porque crianças aprisionadas em casa não são capazes de desenvolver uma aptidão saudável de prestar atenção. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Ben explicou que uma batalha localizada possibilita “contar a história de um problema maior”, e quando você faz isso, “dinamiza o diálogo nacional” e faz um monte de gente despertar para o que está realmente acontecendo. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- É comum rotular uma pessoa que reivindica uma mudança social de “ingênua”. Na realidade, a verdade é exatamente o oposto. É ingênuo pensar que como cidadãos não somos capazes de fazer nada e que temos que deixar os poderosos fazerem o que quiserem, e que de algum modo nossa atenção vai sobreviver. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Thomas Hylland Eriksen, professor de Antropologia Social. Desde a Revolução Industrial, diz ele, nossas economias foram construídas em torno de uma ideia nova e radical– o crescimento econômico. É a crença de que todo ano a economia– e cada empresa individual dentro dela– precisa ficar maior. É desse modo que definimos agora o sucesso. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Thomas explicou que o crescimento pode acontecer de duas maneiras. A primeira é quando uma corporação descobre novos mercados– por ter inventado algo novo ou por exportar algo a uma parte do mundo que não tem aquilo ainda. A segunda é quando uma corporação consegue convencer os consumidores existentes a consumirem mais. Se conseguir fazer as pessoas comerem (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Conforme fui me aprofundando na obra de Thomas, percebi que essa é uma das razões cruciais pelas quais a vida veio acelerando a cada década a partir da de 1880: estamos vivendo em uma máquina econômica que exige maior velocidade para continuar funcionando– e isso inevitavelmente degrada nossa atenção ao longo do tempo. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- “economia de estado estacionário”. Deveríamos abandonar o crescimento econômico como princípio motor da economia e adotar outro conjunto de metas. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- A maioria das pessoas não deseja uma vida acelerada– deseja ter uma vida boa. Ninguém deita em seu leito de morte e fica pensando em como contribuiu com o crescimento econômico. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- Mas teremos que fazê- lo independentemente das circunstâncias– por outra razão. A máquina do crescimento pressionou os humanos além dos limites da mente– mas ela também está pressionando o planeta além de seus limites ecológicos. E essas duas crises, eu começava a crer, estão interligadas. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
- A partir de 2019, a Austrália experimentou o que ficou conhecido como o seu Verão Negro, uma série de incêndios florestais tão vastos que é difícil descrevê- los. Três bilhões de animais tiveram que fugir ou morreram queimados, e foram perdidas tantas espécies que o professor Kingsley Dixon, um botânico, chamou o evento de “Armagedom biológico”. (Capítulo: Conclusão: A rebelião da atenção | Localização Desconhecida)
---