# O Livro Em Poucos Parágrafos
"Vou te receitar outro gato" é a sequência do livro "[[Vou te receitar um gato]]" e continua a narrativa da misteriosa Clínica Kokoro. Nesta clínica, os pacientes não recebem medicamentos tradicionais, mas sim gatinhos, que servem como uma forma de "cura" para seus problemas.
A clínica é encontrada por aqueles que realmente necessitam de ajuda, e lá são atendidos pela enfermeira Chitose e pelo Dr. Nike. O livro apresenta diversas histórias de personagens com dilemas variados, como uma estudante com problemas de relacionamento, um idoso em luto, amigos com dificuldades de comunicação e um tutor preocupado.
Através da interação com os gatos e das experiências na clínica, os pacientes desenvolvem novas perspectivas sobre suas emoções, vivenciam novas situações e fortalecem conexões importantes em suas vidas. Apesar de o médico e a enfermeira guardarem segredos, o tratamento inusitado se mostra eficaz, transformando a vida de quem passa pela Clínica Kokoro.
# Como Este Livro Me Mudou
Li este livro logo após o primeiro [[Vou te receitar um gato]] e novamente adorei bastante o livro. Uma das ideias que mais gostei do livro é o fato de indicar que não existem problemas pequenos demais e que se ignorados eles podem ser tornar coisas mais complexas. Além disso, o livro me abriu os olhos para a centralidade do cultivo de relações (entre pessoas e animais) na nossa vida. Por fim, o livro trouxe uma nova perspectiva sobre como lidar com as incertezas e valorizar cada momento e cada conexão. Este livro foi um lembrete gentil de que a cura pode vir de onde menos esperamos, e que a coragem de enfrentar e expressar nossas vulnerabilidades é um passo essencial para o bem-estar.
# Meus 3 Principais Destaques
- Não acho que existam preocupações pequenas ou grandes— afirmou o médico, virando a cabeça misteriosamente.— Não importa se o cocô do gato é pequeno ou grande. O que entra sai. Esse é o normal. Logo, se comer muito, vai sair muito. Mas se for pouco, não sai muita coisa boa, e uma hora vai ficar preso. Pequenos cocôs se acumulam onde está congestionado e uma hora isso causará problemas. É o que chamam de constipação, né? (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 54)
- É mesmo? Que bom. Se tem algo que você deseja que te digam, é mais rápido dizer você mesmo. E mais prático. Bom, quando não conseguir dizer, peça a ajuda de um gato. Ele vai te dar um soquinho e bater um papo para te animar. Cuide- se. E quanto a você… (Capítulo: Capítulo 3 | Página: 123)
- Qualquer maneira de conhecer alguém é boa. Seja com um flerte ou por casamento arranjado. As pessoas gostam de atribuir significado aos encontros, como se fosse obra do destino ou algo único na vida. Mas essas coisas são adicionadas posteriormente; naquele dia, naquele horário, basta um capricho ou acontecimento ao acaso. Afinal, existem muitas pessoas e muitos gatos nesse mundo. Muitos mesmo, sr. Kajiwara. De verdade. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 202)
# Destaques (39)
## Capítulo 1 (14 destaques)
- Seria bom se as coisas mudassem enquanto estava parada naquele beco abafado. Será que não havia ninguém com poderes divinos para fazer uma mágica e ajudá- la a evitar o término? Moe aceitaria qualquer coisa. Queria fugir de tudo que era desagradável. Queria dar as costas para aquilo. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 9)
- Não vim porque quis. Só fiquei curiosa porque você me chamou.— Existem pessoas que não vêm mesmo quando são chamadas. Algumas vêm, mas não entram. Você veio por conta própria. Subiu as escadas com os próprios pés e abriu a porta com as próprias mãos. Se não quisesse vir de jeito nenhum, era melhor ter ficado parada, certo? Enfim. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 12)
- Não tinha aparecido uma pessoa com poderes divinos para resolver seus problemas num passe de mágica, mas o médico de uma clínica psiquiátrica havia lhe receitado um gato. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 17)
- Ali, com Kotetsu, era como se tudo tivesse voltado a ser como antes. Parecia mentira, mas talvez o gato tivesse surtido efeito. Moe se sentiu grata ao médico. Quem imaginaria que um gato fosse a solução para seus problemas amorosos? Ryūji tinha um olhar gentil. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 22)
- Uhum, você anotou direitinho. Você é uma pessoa bem correta, srta. Ōtani. Não fez as coisas de qualquer jeito só porque era o gato de outra pessoa. Tem gente que é assim. Só vê as coisas do próprio jeito e as distorcem ao seu bel- prazer. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 34)
- Alteram alguma coisa para a própria conveniência, sem nem perceber. A pessoa nem nota que está distorcido porque não sabe nada a respeito daquilo. Hum, não teve nenhum problema até o segundo dia, mas o terceiro parece ter sido difícil. O que aconteceu? (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 34)
- É tipo a sensação de segurar algo com força. Não gosto dos mais duros, mas tem gente que gosta. O dr. Nike, por exemplo, prefere mais duro. Ele disse que gosta da sensação áspera no bumbum. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 39)
- Moe admitia que, quando implicava com algo, podia ser bem cabeça- dura. De repente, se lembrou do que aquele médico falou. Ele disse que Moe era uma pessoa correta. E que existiam pessoas que viam as coisas apenas do próprio jeito e as distorciam da maneira que lhes era mais conveniente. As pessoas não deviam fazer aquilo por mal. Mas ela ficou pensando. Há momentos em que você acha que está andando em uma linha reta, mas, quando se dá conta, está andando torto. Será que às vezes ela mesma não acabava desviando quando a intenção era seguir em frente? (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 48)
- Moe, porém, não achou difícil. Ficar à disposição do outro faz parte do ato de cuidar de alguém, e cuidar de um gato requer mesmo criatividade e esforço. No entanto, a fofura que se recebe em troca vale todo o tempo e o trabalho. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 53)
- Não acho que existam preocupações pequenas ou grandes— afirmou o médico, virando a cabeça misteriosamente.— Não importa se o cocô do gato é pequeno ou grande. O que entra sai. Esse é o normal. Logo, se comer muito, vai sair muito. Mas se for pouco, não sai muita coisa boa, e uma hora vai ficar preso. Pequenos cocôs se acumulam onde está congestionado e uma hora isso causará problemas. É o que chamam de constipação, né? (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 54)
- que entra sai. Esse é o normal. Talvez as pessoas fiquem nervosas porque não conseguem nem fazer as coisas normais. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 61)
- Fugir dos problemas não leva à solução dos mesmos. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 64)
- Preocupações pequenas podem se acumular se forem deixadas de lado. Preocupações grandes precisam ser resolvidas logo para que não causem problemas. Sentindo o olhar de Ryūji, Moe virou o rosto. Ele ria. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 68)
- Será que Moe conseguiria voltar se tivesse problemas de novo? Diante dessa dúvida, era difícil ir embora. Mas ela não podia ficar por muito tempo. Com certeza outra pessoa devia estar procurando aquele lugar. Moe seguiu em frente e chegou na avenida principal. Não sabia o nome da rua. Os nomes das ruas e avenidas de Quioto parecem simples, mas são difíceis de entender. (Capítulo: Capítulo 1 | Página: 70)
## Capítulo 2 (7 destaques)
- O lugar dolorido não é necessariamente onde está o problema. É que outro lugar exerce pressão e causa dor. Então, em vez de aplicar a gata onde dói, é melhor aplicar em outro lugar.— Aplicar a gata? (Capítulo: Capítulo 2 | Página: 81)
- Ah, que pena. É bem prático. As pessoas dizem que é ruim ter hábitos noturnos, mas não é verdade. Você pode ficar sem ver as coisas que não precisa, e acaba vendo apenas aquilo que com certeza precisa ver. Como um gato, que consegue enxergar no escuro com pouca luz. (Capítulo: Capítulo 2 | Página: 85)
- Mesmo assim, era a paisagem que via todos os dias. Ele odiava se dar conta de que Meiko era a única que não estava ali. Ao caminhar sozinho por onde os dois costumavam ir, também detestava os olhares de pena que recebia das pessoas ao redor. Ele estava começando a processar. Sua esposa tinha morrido. (Capítulo: Capítulo 2 | Página: 89)
- Hayato estava concentrado no celular. Seu futuro podia parecer incerto para Tatsuya ou Ayumi, mas, para o neto, não dava para comparar. Fosse ele um gato diurno ou noturno, era Hayato quem decidiria o próprio tempo. (Capítulo: Capítulo 2 | Página: 93)
- Tornar as coisas chatas ou trabalhosas é uma escolha pessoal. Tatsuya não estava trancado em uma gaiola, ele era livre. Era verdade que não gostava de gatos. Não tinha nada de errado nisso. Ele escolheu não omitir nada. (Capítulo: Capítulo 2 | Página: 98)
- Aquele mural de avisos, por exemplo. Depois daquilo, fiquei pensando. Acho que ter uma versão analógica ainda é necessário, pois tem muita gente que não se dá bem com o mundo digital. Mas apenas com os cartazes não teríamos encontrado a srta. Michiko. Assim como teria sido difícil encontrar os donos só usando as redes sociais. Por isso, acho que devemos conectar os dois. (Capítulo: Capítulo 2 | Página: 100)
- Cada geração tem suas percepções e formas de se comunicar, que às vezes entram em conflito. É difícil compreender. Ayumi ainda falava que Hayato estava se isolando, e Hayato era contra os passeios noturnos do avô. Já Tatsuya também ficava relutante de fazer qualquer coisa inovadora. (Capítulo: Capítulo 2 | Página: 101)
## Capítulo 3 (6 destaques)
- — Que gelado!— disse, dando uma risada sem graça, e afastou o rosto. Em seguida, encostou a testa.— Desistir é diferente de fugir. É preciso coragem para desistir de algo que você não consegue alcançar e pular para um novo lugar.— Ele fechou os olhos.— Você e eu somos corajosos. (Capítulo: Capítulo 3 | Página: 115)
- É mesmo? Que bom. Se tem algo que você deseja que te digam, é mais rápido dizer você mesmo. E mais prático. Bom, quando não conseguir dizer, peça a ajuda de um gato. Ele vai te dar um soquinho e bater um papo para te animar. Cuide- se. E quanto a você… (Capítulo: Capítulo 3 | Página: 123)
- Oh, ela está fingindo. Mesmo sendo pequena, ela é uma ótima atriz. De qualquer maneira, gatos criam o próprio mundo, seja dentro de uma caixa pequena ou a céu aberto. Vivem nesse mundo apenas deles e não há nada que humanos possam fazer. (Capítulo: Capítulo 3 | Página: 126)
- Para mim, a Hajime não é uma gata, é um membro da família. Por isso não me importava com quem ela era apegada, desde que estivesse bem. Mas desde que a Shasha chegou, eu a acho tão fofinha que quero ser a pessoa de quem ela mais gosta. Talvez isso seja possessividade. Se meu irmão também sentiu isso, deve ter sido complicado. Mas ele é muito bonzinho, então não consegue culpar ninguém. (Capítulo: Capítulo 3 | Página: 140)
- Algumas coisas só podem ser entendidas se você falar, mas existem outras que não têm volta se forem ditas. Se for algo pesado sem chance de conserto, é melhor não falar assim num momento de emoção. (Capítulo: Capítulo 3 | Página: 141)
- Ela percebeu que tudo precisava ser valorizado. A mãe levara as coisas para ela quando a filha estava internada. O pai tirara folga do trabalho para levá- la para casa de carro. Essas coisas também tinham de ser valorizadas.— Mãe, obrigada. Pai, obrigada. (Capítulo: Capítulo 3 | Página: 148)
## Capítulo 4 (12 destaques)
- Quando se trabalha com animais, fica difícil continuar se a pessoa se deixa levar pelos sentimentos. Inclusive, havia um fluxo constante de funcionários e trabalhadores temporários que não aguentavam a pressão e se demitiam. Por isso, Tomoya seguia o próprio ritmo. Assim, mantinha as emoções sob controle e fazia seu trabalho com calma. Até aquele momento, era assim que tinha sido. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 160)
- Sr. Kajiwara, sua consulta já estava agendada. Como demorou muito para vir, tivemos que passar outras pessoas na sua frente. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 169)
- Vou te receitar um gato. Quando se está sofrendo, é melhor recorrer a um gato e não enfrentar a situação sozinho. Não tem nada de bom em sofrer sozinho. Você pode se medicar cheirando o gato ou fazendo carinho nele, como preferir. Dito isso, não é dever do gato se afeiçoar à pessoa. Enfim. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 172)
- Fazia um ano que Nike deixara de despertar, por mais que o rapaz tentasse acordá- lo. Ele não abria os olhos mesmo quando penteado ou quando o tutor limpava seu rosto. Normalmente, isso seria impossível. Entretanto, quando Tomoya não estava, o bichano parecia agir normalmente, o que descartava a hipótese de que ele estava doente. Nike comia normalmente, bebia água e usava o banheiro. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 177)
- Mas Nike com certeza sabia. Ele sabia o que Tomoya estava pensando. Apesar de todos ao redor falarem que era gentil, na verdade ele era frio e egoísta. Nike sabia por que, até pouco tempo antes, Tomoya não queria voltar para o apartamento de jeito nenhum. Mesmo assim, sentiu um grande aperto no coração pela bondade de Nike em se recusar a dormir. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 186)
- foram levados por futuros tutores para o período experimental. Quantos seriam realmente adotados? E mesmo após a adoção, as famílias precisavam relatar as condições dos gatos por muitos anos. Eles continuavam protegendo os gatos durante toda a vida. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 193)
- Amar animais significava passar por essa situação algum dia. Ser atormentado pelo dilema do dever e dos sentimentos, e não poder falar disso com ninguém. Suprimir suas emoções, tentando se (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 196)
- Qualquer maneira de conhecer alguém é boa. Seja com um flerte ou por casamento arranjado. As pessoas gostam de atribuir significado aos encontros, como se fosse obra do destino ou algo único na vida. Mas essas coisas são adicionadas posteriormente; naquele dia, naquele horário, basta um capricho ou acontecimento ao acaso. Afinal, existem muitas pessoas e muitos gatos nesse mundo. Muitos mesmo, sr. Kajiwara. De verdade. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 202)
- Impossível— declarou o médico, inclinando a cabeça.— Todo mundo morre sozinho. Assim como não se escolhe o momento do encontro, não se escolhe o momento da morte. Todo mundo é igual, pessoas e animais. Por favor, não se apegue, para que não tenha arrependimentos. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 204)
- Existem muitos gatos no mundo. Qualquer que seja o gato, é apenas um gato. Mas se você cuidar bem dele, aí deixa de ser um simples gato. É muito eficaz. Quando você estiver sofrendo ou quando achar que vai sofrer, não tente reprimir a dor. Se tomar o remédio logo, pode ser que não vire nada sério. Não há nada de errado nisso. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 206)
- Quando um gato vai para longe, tudo o que ele pensa é no tempo feliz que passou com você. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 207)
- Apenas essa parte era a mesma daquela época. Rumores sobre ele eram levados pelo vento, trazendo as pessoas que queria encontrar. Suas mãos gentis salvariam seus amigos novamente, onde quer que fosse. Seus companheiros precisavam dele. (Capítulo: Capítulo 4 | Página: 215)