# O Livro em Poucas Frases
"Life in the Woods" é um livro escrito por Henry David Thoreau, originalmente publicado em 1854. A obra é uma narrativa autobiográfica baseada nas experiências do autor por cerca de dois anos, durante os quais ele viveu isolado em uma cabana que construiu às margens do Lago Walden, em Massachusetts, nos Estados Unidos.
Na pequena cabana na floresta, Thoreau adapta suas moradias e constrói seus móveis, planta a comida que come e a prepara, e faz descobertas espirituais. Assim, o autor compartilha suas experiências diárias na cabana, suas observações dos animais, plantas e mudanças sazonais que ocorrem ao seu redor. Thoreau acredita que a vida na natureza é uma oportunidade para se reconectar com a essência da existência e escapar das distrações e superficialidades da sociedade moderna.
Thoreau critica o materialismo excessivo e o consumismo desenfreado, que ele vê como uma busca fútil por felicidade e realização. Ele enfatiza a importância de viver autenticamente, buscando a verdadeira satisfação nas coisas simples e essenciais da vida.
Em suma, "Life in the Woods" é uma obra atemporal que continua a cativar e inspirar leitores com sua mensagem sobre a beleza da natureza, a importância da simplicidade e a busca por significado na vida. Através das palavras de Thoreau, somos convidados a repensar nossa relação com o mundo natural e a refletir sobre o verdadeiro propósito de nossa existência.
# Como Este Livro Me Mudou
Li este livro em julho de 2023, pouco depois de ler alguns livros sobre minimalismo e perceber que este livro era citado em ambos como um exemplo de vida simples. O início do livro é realmente interessante nesse sentido, pois Thoreau detalha seu assentamento em Walden Pond e as razões por trás da busca por uma vida simples. Do meio para o final do livro, essa narrativa fica em segundo plano, pois o autor detalha a natureza ao seu redor, destacando tanto a flora e a fauna quanto suas atividades diárias.
Este é um livro muito interessante, mas pode ser cansativo se você não estiver lendo uma versão ilustrada (o que foi o meu caso), já que quase metade do livro é dedicada à natureza que cerca Walden Pond. Mesmo assim, é interessante notar como o autor descreve o ambiente ao seu redor e a simplicidade que sua vida se tornou. Considerando que vivo em um ambiente urbano com alta densidade populacional, é interessante perceber que é possível viver de outra forma, mesmo que essa forma seja narrada em um livro de 1854.
# Notas
- [[O trabalho nunca acaba]]
- [[Não levamos nada da vida]]
- [[Você é seu pior crítico]]
- [[We must rethink our ideas]]
- [[Vital necessities according to Thoreau]]
- [[Ser um filósofo]]
- [[É possível viver de formas diferentes]]
- [[Desejo dos homens]]
- [[Uma casa para morar]]
- [[O custo de algo]]
- [[Desperdício da vida]]
- [[Empreendedores]]
- [[Everyone must have their own path]]
- [[Decide to be good]]
- [[Ajudar os necessitados]]
- [[Um homem verdadeiramente rico]]
- [[Why Thoreau Went to the Woods]]
- [[Simplicidade]]
- [[Sobre livros]]
- [[Avalie sua própria vida]]
- [[Viver no presente]]
# Meus 3 Destaques Favoritos
- Frequentemente esquecemos que, afinal, é sempre a primeira pessoa que está falando.
- Todos os homens não querem algo que possam ter, mas algo que possam fazer, ou melhor, algo que possam se tornar na vida.
- Simplicidade, simplicidade, simplicidade! Eu diria: ocupe-se com dois ou três assuntos, e não com cem ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia, e não perca a conta.
# Destaques (151)
## Economia (78)
- Geralmente não nos lembramos de que, afinal, é sempre a primeira pessoa quem está falando. (Capítulo: Economia | Página: 9)
- Os doze trabalhos de Hércules não foram nada em comparação com o que meus vizinhos fazem; pois aqueles foram apenas doze, e tiveram fim; mas nunca vi nenhum desses homens matar ou capturar qualquer monstro nem terminar jamais algum trabalho. (Capítulo: Economia | Página: 10)
- Quem fez deles servos da terra? Por que tiveram de engolir um lote inteiro, quando o homem está condenado a engolir apenas seu quinhão? (Capítulo: Economia | Página: 10)
- Mas os homens trabalham à sombra de um engano. A melhor parte do homem logo é incorporada à terra como adubo. Por um destino enganador, que geralmente chamamos de necessidade, eles se dedicam, como está dito em um velho livro, a amealhar tesouros que a traça e a ferrugem corroerão e os ladrões violarão e roubarão. (Capítulo: Economia | Página: 11)
- A maioria dos homens, mesmo neste país comparativamente livre, através da própria ignorância e do engano, está tão envolvida com preocupações factícias e atividades desnecessariamente árduas que não colherá os melhores frutos da vida. (Capítulo: Economia | Página: 11)
- Ele não tem tempo para ser nada além de uma máquina. (Capítulo: Economia | Página: 12)
- A opinião pública é uma tirana branda se comparada à opinião particular que se tem de si. O que o homem pensa de si mesmo, eis o que determina, ou antes indica, sua sina. (Capítulo: Economia | Página: 13)
- A massa dos homens leva uma vida de desespero calado. O que se chama de resignação é a desesperança crônica. (Capítulo: Economia | Página: 13)
- Quando consideramos qual, para usar as palavras do catecismo, é a principal finalidade do homem, e quais são as verdadeiras necessidades e os verdadeiros meios da vida, parece que os homens escolheram deliberadamente a vida em comum pois a preferiram a qualquer outro tipo de vida. (Capítulo: Economia | Página: 14)
- Nunca é tarde demais para abandonar os preconceitos. Nenhuma linha de pensamento ou conduta, por mais antiga que seja, é confiável sem prova. (Capítulo: Economia | Página: 14)
- atribulações e angústias incessantes de alguns são praticamente uma forma de doença incurável. Somos talhados de maneira a exagerar a importância do trabalho que fazemos; e no entanto quanto trabalho não somos nós que fazemos! (Capítulo: Economia | Página: 16)
- “Saber que sabemos o que sabemos e que não sabemos o que não sabemos, eis a verdadeira sabedoria”. Quando o homem tiver reduzido o que é um fato da imaginação a um fato de seu entendimento, prevejo que todos acabarão estabelecendo suas vidas nesse mesmo fundamento. (Capítulo: Economia | Página: 16)
- Pois as melhorias dos tempos tiveram pouca influência sobre as leis essenciais da existência humana; assim como nosso esqueleto, provavelmente, não deve ser muito diferente do de nossos ancestrais. (Capítulo: Economia | Página: 17)
- Com a expressão “necessidade vital”, quero dizer tudo aquilo que o homem obtém por seus próprios esforços, que desde o início, ou após longa prática, se tornou tão importante para a vida humana que poucas pessoas, se tanto, seja por selvageria, ou pobreza, ou por filosofia, tentam passar sem. (Capítulo: Economia | Página: 17)
- A maior necessidade, portanto, para nosso corpo, é conservar o calor, conservar o calor vital dentro de nós. (Capítulo: Economia | Página: 18)
- Hoje, e neste país, tal como apreendo por minha própria experiência, alguns poucos implementos, uma faca, um machado, uma pá, um carrinho de mão etc., e para o estudioso a lâmpada, o papel e acesso a alguns livros qualificam- se quase como necessidades vitais, e podem ser todos obtidos a um custo irrisório. (Capítulo: Economia | Página: 18)
- A maioria dos luxos e muitos dos chamados confortos da vida não apenas não são indispensáveis como são, com efeito, obstáculos à elevação da humanidade. (Capítulo: Economia | Página: 19)
- Ser um filósofo não é meramente ter pensamentos sutis, nem mesmo fundar uma escola, mas amar a sabedoria e viver, de acordo com seus ditames, uma vida de simplicidade, independência, magnanimidade e confiança. É resolver alguns dos problemas da vida não só em teoria, mas na prática. (Capítulo: Economia | Página: 19)
- Quando um homem está aquecido pelos diversos modos que descrevi, o que ele deseja em seguida? (Capítulo: Economia | Página: 20)
- Depois de obter essas coisas que são necessárias à vida, existe outra alternativa além de obter os supérfluos; e essa alternativa é aventurar- se na vida agora, começando sua folga da labuta mais humilde. (Capítulo: Economia | Página: 20)
- É verdade, nunca ajudei materialmente o sol a se levantar, mas sem dúvida foi de suma importância simplesmente estar presente ali. (Capítulo: Economia | Página: 22)
- Ele ainda não tinha descoberto que era necessário fazer que comprar seus cestos valesse a pena para o outro, ou pelo menos fazer que o outro assim pensasse, ou fazer alguma outra coisa que o outro julgasse valer a pena comprar. (Capítulo: Economia | Página: 23)
- O tipo de vida que os homens apreciam e admiram como bem- sucedida é um só. Por que exaltar um único tipo de vida em detrimento dos outros todos? (Capítulo: Economia | Página: 23)
- A cada dia nossas roupas se tornam mais assimiladas a nós mesmos, recebendo a impressão da pessoa que a veste, a ponto de hesitarmos em deixá- las de lado, dedicando- lhes cuidados médicos e certa solenidade, como fazemos com nosso próprio corpo. (Capítulo: Economia | Página: 25)
- pois ele leva em conta não o que é genuinamente respeitável, mas o que é respeitado. (Capítulo: Economia | Página: 26)
- Alguém que acabou encontrando o que fazer na vida não precisará de um terno novo para fazer o que já faz; para ele, o velho ainda está bom, aquele mesmo empoeirado no sótão, esquecido não se sabe há quanto tempo. (Capítulo: Economia | Página: 27)
- Eu diria o seguinte: cuidado com qualquer empreitada que exija roupas novas, e não um novo homem dentro dessas roupas. (Capítulo: Economia | Página: 27)
- Todos os homens querem não algo que possam vir a ter, mas algo que possam vir a fazer, ou melhor, algo que possam vir a ser na vida. (Capítulo: Economia | Página: 27)
- Nossa época da muda, como a das aves, deve ser uma crise em nossa vida. (Capítulo: Economia | Página: 27)
- Toda geração ri das modas antigas, mas segue religiosamente as atuais. (Capítulo: Economia | Página: 29)
- o principal objetivo não seja deixar a humanidade bem e honestamente vestida, mas, inquestionavelmente, que as corporações enriqueçam. (Capítulo: Economia | Página: 30)
- Quanto ao abrigo, não vou negar que agora é uma necessidade vital, embora existam casos de homens vivendo sem nenhum por longos períodos em regiões mais frias. (Capítulo: Economia | Página: 30)
- Enfim, não sabemos mais como viver ao ar livre, e nossa vida é doméstica em mais sentidos do que imaginamos. (Capítulo: Economia | Página: 31)
- No entanto, se alguém deseja construir uma casa para morar, é de bom alvitre exercitar um pouco a astúcia ianque, para não acabar construindo um escritório, um labirinto sem fio, um museu, um asilo, uma prisão ou um esplêndido mausoléu no lugar. (Capítulo: Economia | Página: 32)
- Muitos homens, assediados até a morte pelo aluguel de caixas maiores e mais luxuosas, não congelariam até a morte dentro de uma caixa dessas. (Capítulo: Economia | Página: 32)
- No estado selvagem cada família possui um abrigo da melhor qualidade possível, e suficiente para suas necessidades mais primitivas e simples; mas creio que falo com fundamento quando digo que, embora as aves no céu tenham seus ninhos, e as raposas suas tocas, e os selvagens suas wigwams, na sociedade civilizada moderna menos da metade das famílias possui casa própria. (Capítulo: Economia | Página: 33)
- Nos grandes centros e cidades, onde a civilização predomina especialmente, o número de pessoas com casa própria é uma fração muito pequena do total. O resto paga todos os anos uma taxa por esse traje externo a tudo, que se torna indispensável no verão e no inverno, cujo valor daria para comprar toda uma aldeia de tendas indígenas, mas que agora ajuda a manter o cidadão pobre pelo resto da vida. (Capítulo: Economia | Página: 33)
- Se dizem que a civilização é um verdadeiro avanço na condição humana– e eu penso que é mesmo, embora apenas o sábio aproveite suas vantagens–, deveriam provar que ela produziu melhores moradias sem torná- las mais caras; e o custo de uma coisa é a quantidade daquilo que vou chamar de vida que se exige em troca, à vista ou a prazo. (Capítulo: Economia | Página: 34)
- Embora a civilização venha melhorando as casas, não vem conseguindo igualmente melhorar os homens que as habitam. (Capítulo: Economia | Página: 36)
- É um equívoco supor que, em uma região onde existem as evidências mais comuns da civilização, a condição da vasta maioria dos moradores não possa ser degradada como a dos selvagens. (Capítulo: Economia | Página: 37)
- A maioria dos homens parece nunca ter considerado o que é uma casa, e vive, ainda que desnecessariamente, pobre a vida inteira por achar que deveria ter uma igual à do vizinho. (Capítulo: Economia | Página: 38)
- que todos admitimos ser impossível pagar. Será que devemos sempre estudar para obter essas coisas, em vez de, às vezes, nos contentar com menos? (Capítulo: Economia | Página: 38)
- Como então eu poderia ter uma casa mobiliada? Eu preferiria me sentar ao ar livre, pois a relva não junta pó, a não ser onde o homem desmatou o chão. (Capítulo: Economia | Página: 38)
- Quando penso na forma como nossas casas são construídas e pagas, ou não pagas, e em como sua economia interna é gerenciada e mantida, pergunto- me se o assoalho não acabará cedendo embaixo da visita enquanto ela admira bugigangas sobre a lareira, levando- a diretamente ao porão, à fundação sólida e honesta embora terrena. (Capítulo: Economia | Página: 40)
- Antes de adornar nossas casas com objetos bonitos, as paredes devem estar nuas, e nossas vidas devem ficar nuas, e que a fundação seja o belo cuidado da casa e o belo viver: ora, o gosto pelo belo é geralmente cultivado ao ar livre, onde não existe nem casa, nem dono. (Capítulo: Economia | Página: 40)
- Não que todo ornamento arquitetônico deva ser negligenciado nos períodos mais rudes; mas, primeiro, que nossas casas se revistam de uma beleza que entre em contato com nossa vida, como a concha com o molusco, e não que se sobreponha à vida. (Capítulo: Economia | Página: 41)
- O homem civilizado é um selvagem com mais experiência e mais prudência. (Capítulo: Economia | Página: 42)
- Se trovejava antes de meu pão assar, punha algumas tábuas sobre o fogo, e me sentava embaixo delas para ficar vendo o pão assar, passando algumas horas agradáveis assim. (Capítulo: Economia | Página: 46)
- Nunca em todas as minhas andanças encontrei alguém envolvido em uma ocupação mais simples e natural que a construção da própria casa. (Capítulo: Economia | Página: 47)
- Onde termina essa divisão do trabalho? E a que objetivo ela serve afinal? Sem dúvida, outro pode também pensar por mim; mas não é desejável que o faça de maneira a impedir que eu pense por mim mesmo. (Capítulo: Economia | Página: 47)
- As habitações mais interessantes deste país, como sabe o pintor, são as menos pretensiosas, a humilde cabana de tronco e o barraco de pobre comum; é a vida dos moradores, da qual a casa é a concha, e não meramente qualquer peculiaridade de sua superfície, que a torna pitoresca; (Capítulo: Economia | Página: 48)
- Essas conveniências de que um estudante precisa em Cambridge ou em outro lugar qualquer custam, a ele ou a qualquer outro, um sacrifício de vida dez vezes maior do que custariam se houvesse uma administração mais adequada de ambas as partes. (Capítulo: Economia | Página: 51)
- Qual é o custo real das coisas? (Capítulo: Economia | Página: 51)
- Não é exatamente isso que eu quero dizer, mas ele poderá pensar que é algo muito parecido com isso mesmo; quero dizer que o estudante não deveria meramente brincar de viver ou estudar a vida, enquanto a comunidade o sustenta nessa brincadeira cara, mas sim viver de verdade desde o início até o fim. (Capítulo: Economia | Página: 52)
- Até mesmo o estudante pobre estuda e aprende apenas economia política, enquanto a economia da vida que é sinônimo de filosofia não é sequer professada sinceramente em nossas faculdades. (Capítulo: Economia | Página: 52)
- Como ocorre com as nossas faculdades, o mesmo se dá com cem “avanços modernos”; existe uma ilusão com relação a eles; nem sempre há um avanço positivo. (Capítulo: Economia | Página: 52)
- Aprendi que o viajante mais ágil é aquele que vai a pé. (Capítulo: Economia | Página: 53)
- Essa é a lei universal, que nenhum homem jamais poderá enganar, e quanto à ferrovia até podemos dizer que é tão longa quanto larga. (Capítulo: Economia | Página: 54)
- O dingediro se transforma em tempo (Capítulo: Economia | Página: 54)
- O desperdício da melhor parte da vida ganhando dinheiro para desfrutar uma liberdade questionável durante a parte menos valiosa da vida me lembra do inglês que foi à Índia fazer fortuna primeiro, para depois voltar à Inglaterra e viver como um poeta. (Capítulo: Economia | Página: 54)
- Meu desejo é falar imparcialmente sobre esse ponto, como alguém que não está interessado no sucesso ou no fracasso dos atuais arranjos econômicos e sociais. (Capítulo: Economia | Página: 56)
- Tendo a pensar que os homens não são tanto pastores de rebanhos, mas que os rebanhos são pastores de homens. (Capítulo: Economia | Página: 56)
- Quanto à religião e ao amor pela arte dos construtores, é muito parecido no mundo inteiro, seja o edifício um templo egípcio ou o banco dos Estados Unidos. Custa mais do que vale. (Capítulo: Economia | Página: 58)
- Aprendi com meus dois anos de experiência que demandava incrivelmente pouco obter o alimento necessário para uma pessoa, mesmo nesta latitude; que um homem pode se valer de uma dieta simples como a dos animais, e ainda assim conservar a saúde e o vigor. (Capítulo: Economia | Página: 61)
- No entanto os homens chegaram a um ponto em que frequentemente morrem de fome não por falta do alimento necessário, mas por falta de luxos; e conheço uma boa mulher que acha que o filho perdeu a vida porque passou a beber apenas água. (Capítulo: Economia | Página: 61)
- Até onde sei, os índios nunca se deram ao trabalho de ir atrás de sal. (Capítulo: Economia | Página: 64)
- Ta ai uma voa pergunta! (Capítulo: Economia | Página: 64)
- Eu me pergunto, por que outro motivo mudamos sempre senão para nos livrarmos de nossa mobília, de nossa exuviae; e, por fim, partirmos deste mundo para outro recém- mobiliado, e deixarmos esta queimar? (Capítulo: Economia | Página: 65)
- Hoje vejo a Inglaterra como um velho cavalheiro que viaja com um excesso de bagagem, tralhas que acumulou durante anos cuidando de casa e agora não tem coragem de queimar; arcas, caixas, bolsas, baús. Jogue fora um terço disso pelo menos. (Capítulo: Economia | Página: 66)
- Mas aprendi que o comércio amaldiçoa tudo aquilo que toca; e ainda que você venda mensagens do céu, a maldição do comércio impregna até isso. (Capítulo: Economia | Página: 69)
- Há os “empreendedores”, que parecem amar o trabalho pelo trabalho, ou talvez porque os mantém afastados de coisa pior; (Capítulo: Economia | Página: 69)
- Em suma, estou convencido, tanto por fé como por experiência, que se manter vivo nesta terra não é um sacrifício mas um passatempo, se vivermos de forma simples e com sabedoria; (Capítulo: Economia | Página: 69)
- meu desejo é que haja o máximo possível de pessoas diferentes no mundo; mas preferiria que cada um tivesse o cuidado de descobrir e perseguir seu próprio caminho, e não o do pai, o da mãe ou o do vizinho. (Capítulo: Economia | Página: 70)
- Acima de tudo, como deixei implícito, quem viaja sozinho pode partir hoje mesmo; mas quem viaja acompanhado precisa esperar o outro ficar pronto, e isso pode demorar muito para acontecer. (Capítulo: Economia | Página: 71)
- As pessoas dizem, na prática: comece onde está, tal como você é, sem a intenção principal de se tornar mais digno, e, com premeditada bondade, siga pelo mundo fazendo o bem. Se eu fosse pregar nesse tom, diria antes: decida ser bom. (Capítulo: Economia | Página: 72)
- Tenha certeza de estar dando ao pobre a ajuda mais necessária, ainda que seja o exemplo que você deixa para eles justamente o que os afasta. Se você doar dinheiro aos pobres, doe- se também, gaste- se a si mesmo nisso, e não meramente abandone o dinheiro com eles. (Capítulo: Economia | Página: 73)
- Há mil cortando os galhos do mal para cada um que ataca sua raiz, e talvez aquele que conceda a maior parte do tempo e do dinheiro aos necessitados esteja fazendo o máximo por seu modo de vida para produzir aquela miséria que ele se empenha em vão em aliviar. (Capítulo: Economia | Página: 74)
- Sua bondade não deve ser um ato parcial e transitório, mas um fluxo constante que nada lhe custe e do qual ele é inconsciente. (Capítulo: Economia | Página: 75)
## Onde vivi, e para que vivi (18)
- A certa altura da vida, costumamos considerar todo lugar como um local possível para fazer uma casa. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 79)
- um homem só é rico na medida do número de coisas das quais ele pode se permitir abrir mão. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 79)
- Mas eu diria aos meus companheiros, de uma vez por todas: vivam o máximo possível livres e desimpedidos. Não faz muita diferença se o empecilho é um sítio ou uma prisão. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 81)
- “Quando pensar em ter um sítio, tenha em mente o seguinte: não compre às pressas; dê- se ao trabalho de vê- lo primeiro, não pense que basta percorrê- lo uma vez. Quanto mais você o visitar, mais gostará do lugar, se for bom”. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 81)
- Não importa o que dizem os relógios ou as atitudes e atividades dos homens. A manhã é quando estou desperto e dentro de mim existe uma alvorada. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 86)
- Estar desperto é estar vivo. Ainda não conheci ninguém tão desperto. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 87)
- Todo homem tem a tarefa de fazer sua vida, até os mínimos detalhes, digna da contemplação de sua hora mais elevada e mais crítica. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 87)
- Fui morar na floresta porque desejava viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida, e ver se conseguia aprender o que ela tinha a ensinar, em vez de descobrir só na hora da morte que não tinha vivido. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 87)
- Pois a maioria dos homens, ao que me parece, vive uma estranha incerteza, sobre se a vida é obra do Diabo ou de Deus, e conclui algo apressadamente que o principal objetivo do homem na Terra é “louvar a Deus e gozar sua presença eternamente”. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 87)
- Simplicidade, simplicidade, simplicidade! Eu diria: ocupe- se de dois ou três assuntos, e não de cem ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia, e não perca a conta. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 88)
- As pessoas acham essencial que o país faça comércio, e exporte gelo, e se comunique por telégrafo, e corra trinta milhas por hora, sem dúvida, mesmo que elas mesmas não façam nada disso; mas não se sabe ao certo ainda se deveríamos viver como babuínos ou como homens. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 88)
- Nós não usamos a ferrovia; a ferrovia é que nos usa. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 89)
- Dizem que um ponto dado a tempo evita nove pontos depois, e assim eles dão mil pontos hoje para economizar nove amanhã. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 89)
- Dificilmente um homem cochila meia hora depois do jantar, mas quando ele acorda, ergue a cabeça e pergunta: “Alguma novidade?”– como se o resto da humanidade tivesse ficado de sentinela. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 89)
- Se você já entendeu o princípio, que importância têm miríades de casos e aplicações? (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 90)
- o domingo é a conclusão apropriada de uma semana mal vivida, e não o início revigorado e corajoso de uma nova (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 91)
- Deus culmina no momento presente, e jamais seremos mais divinos, nem no decurso de todas as eras, do que agora. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 92)
- Seja vida ou seja morte, ansiamos apenas por realidade. Se estamos realmente morrendo, escutemos o estertor na garganta e sintamos frio nas extremidades; se estamos vivos, cuidemos de nossa própria vida. (Capítulo: Onde vivi, e para que vivi | Página: 94)
## Leituras (14)
- Com um pouco mais de deliberação na escolha de seus objetivos, todos os homens talvez se tornassem em essência estudantes e observadores, pois decerto sua natureza e seu destino são igualmente do interesse de todos. (Capítulo: Leituras | Página: 95)
- Pois o que são os clássicos senão registros dos pensamentos mais nobres do homem? (Capítulo: Leituras | Página: 96)
- Os livros devem ser lidos tão deliberada e reservadamente quanto foram escritos. (Capítulo: Leituras | Página: 96)
- Uma palavra escrita é a mais rara das relíquias. É ao mesmo tempo a mais íntima e a mais universal das obras de arte. (Capítulo: Leituras | Página: 98)
- Penso que depois de aprendermos as letras devemos começar a ler o que há de melhor na literatura, e não ficar para sempre repetindo os beabás, (Capítulo: Leituras | Página: 99)
- Os melhores livros não são lidos nem por aqueles ditos bons leitores. (Capítulo: Leituras | Página: 101)
- quanto a isso confesso não fazer muita diferença entre o analfabetismo dos meus conterrâneos que não sabem mesmo ler nada e o analfabetismo daquele que lê apenas coisas próprias para crianças e intelectos débeis. (Capítulo: Leituras | Página: 102)
- Existem palavras que provavelmente foram escritas justo sobre a nossa condição, palavras que se pudessem de fato ser ouvidas e entendidas seriam mais saudáveis que a manhã ou a primavera para nossa vida, e possivelmente dariam um novo aspecto à face das coisas para nós. (Capítulo: Leituras | Página: 102)
- Gastamos mais com qualquer alimento ou sofrimento do nosso corpo que com a alimentação da nossa mente. (Capítulo: Leituras | Página: 103)
- Por que o mundo deveria se restringir a uma única Paris e uma única Oxford para sempre? (Capítulo: Leituras | Página: 103)
- Ela pode gastar dinheiro em coisas que agricultores e comerciantes valorizam, mas considera utópico propor gastar com coisas que homens mais inteligentes sabem valer muito mais. (Capítulo: Leituras | Página: 104)
- Se vivemos no século XIX, por que não deveríamos desfrutar as vantagens oferecidas pelo século XIX? Por que nossa vida deveria ser em qualquer aspecto provinciana? (Capítulo: Leituras | Página: 104)
- Como o nobre de gosto cultivado se cerca de tudo aquilo que conduz à sua cultura– gênio– erudição– espírito– livros– pinturas– esculturas– música– instrumentos filosóficos e coisas do gênero; que seja assim também com a aldeia– que esta não se contente com um pedagogo, um pastor, um sacristão, uma biblioteca paroquial e três edis, porque nossos antepassados peregrinos atravessaram uma vez um inverno frio sobre um rochedo desolado só com isso. (Capítulo: Leituras | Página: 104)
- Essa é a escola incomum, a outra escola pública que queremos. (Capítulo: Leituras | Página: 105)
## Sons (2)
- Você prefere ser um leitor, um mero estudioso, ou um visionário? Leia seu próprio destino, veja o que tem diante de si, e caminhe rumo ao futuro. (Capítulo: Sons | Página: 106)
- Na maior parte do tempo, eu não me importava que as horas passassem. O dia avançava como se iluminasse algum trabalho meu; era de manhã, e de repente, veja só, era tarde, e nada de memorável havia sido realizado. (Capítulo: Sons | Página: 107)
## Solidão (8)
- Nunca me senti solitário, ou minimamente oprimido por alguma sensação de solidão, senão uma única vez, e isso foi algumas poucas semanas depois de eu ter me mudado para o bosque, quando, durante uma hora, tive minhas dúvidas se a vizinhança dos homens não seria essencial para uma vida serena e saudável. (Capítulo: Solidão | Página: 124)
- “Eu acho que você deve se sentir sozinho lá, e querer ficar perto das pessoas, especialmente nos dias de chuva ou nas noites de neve”. Sinto- me tentado a responder assim: todo este planeta que habitamos não passa de um ponto no espaço. (Capítulo: Solidão | Página: 125)
- Que tipo de espaço é esse que separa o homem de seus semelhantes e o torna solitário? (Capítulo: Solidão | Página: 126)
- Não ter a perspectiva de acordar ou voltar à vida, para um homem morto, torna todos os momentos e lugares indiferentes. (Capítulo: Solidão | Página: 126)
- Considero saudável ficar só a maior parte do tempo. Estar com companhia, mesmo a melhor, logo se torna cansativo e dispersivo. (Capítulo: Solidão | Página: 128)
- Ficamos quase sempre mais sozinhos quando estamos entre os homens do que quando ficamos em nosso quarto. (Capítulo: Solidão | Página: 128)
- Seguramente, uma frequência menor seria o bastante para todas as comunicações importantes e substanciais. (Capítulo: Solidão | Página: 129)
- Pouco frequencia mas maior qualidade (Capítulo: Solidão | Página: 129)
## Visitas (4)
- Eu tinha três cadeiras em minha casa; uma para solidão, duas para amizade, três para sociedade. (Capítulo: Visitas | Página: 132)
- Muitas de nossas casas, públicas e privadas, com seus quase inumeráveis ambientes, seus imensos salões e seus porões para armazenar vinho e outras munições de paz, parecem extravagantemente grandes para seus moradores. (Capítulo: Visitas | Página: 132)
- estavam adormecidos, como em uma criança. Ele só havia sido instruído daquela maneira inocente e ineficaz como os padres católicos ensinam os nativos, segundo a qual o aluno nunca é educado a ponto de adquirir consciência, mas apenas a ponto de acreditar e reverenciar, e assim a criança não se transforma em um homem, mas continua criança. (Capítulo: Visitas | Página: 138)
- Não temia os ladrões de galinhas, pois eu não criava galinhas; mas temia os ladrões de homens, isso sim. (Capítulo: Visitas | Página: 144)
## O campo de feijões (3)
- Mas o trabalho das mãos, mesmo quando beira a exaustão, não é das piores formas de ócio. Tem uma moral constante e imperecível, e ao erudito fornece um resultado clássico. (Capítulo: O campo de feijões | Página: 148)
- Por que nos preocupamos tanto com os feijões para semente, e não nos preocupamos nem um pouco com uma nova geração de homens? (Capítulo: O campo de feijões | Página: 154)
- Comparativamente, pouco importa se os campos conseguem encher os silos do fazendeiro. O verdadeiro agricultor deixará de lado a ansiedade, assim como os esquilos não demonstram preocupação se os bosques darão castanhas ou não, e encerram seu trabalho a cada dia, renunciando a qualquer reivindicação sobre o produto de seus campos, e sacrificando em seu pensamento não apenas os primeiros como também os últimos frutos. (Capítulo: O campo de feijões | Página: 156)
## A vila (2)
- Notei que os órgãos vitais da vila eram a mercearia, o bar, o correio e o banco; e, como parte necessária do maquinário, eles tinham um sino, um canhão, uma bomba contra incêndios, em pontos convenientes; (Capítulo: A vila | Página: 158)
- Estou convencido de que se todos os homens vivessem simplesmente como eu vivi, não haveria roubos ou furtos. Isso só acontece em comunidades em que alguns possuem mais do que o suficiente, enquanto falta aos outros. (Capítulo: A vila | Página: 161)
## Os lagos (3)
- Um campo de água revela o espírito que está no ar. Ele recebe continuamente novas vidas e movimentos do alto. É intermediário em sua natureza entre terra e céu. Na terra, apenas o mato e as árvores ondulam, (Capítulo: Os lagos | Página: 176)
- ele mesmo permanece intacto, e a mesma água que meus olhos jovens viram; toda a transformação foi em mim. (Capítulo: Os lagos | Página: 180)
- A natureza não tem nenhum morador humano que saiba apreciá- la. (Capítulo: Os lagos | Página: 186)
## Baker Farm (1)
- Não permitas que ganhar a vida seja teu ofício, mas teu esporte. Desfruta da terra, mas não sejas seu dono. Pela falta de empenho e de fé, os homens são o que são, comprando e vendendo, e desperdiçando a vida como servos. (Capítulo: Baker Farm | Página: 193)
## Leis superiores (6)
- Nenhum ser humanitário, depois de passada a idade irrefletida da infância, desejará propositalmente assassinar qualquer criatura que se agarra à vida com o mesmo direito que ele. (Capítulo: Leis superiores | Página: 197)
- Acredito que todo homem que tentou sinceramente preservar suas faculdades mais elevadas ou poéticas nas melhores condições sentiu- se particularmente inclinado a se abster do consumo de carne, ou do excesso de alimento de qualquer tipo. (Capítulo: Leis superiores | Página: 199)
- Quem seguir o próprio gênio interior jamais acabará enganado. (Capítulo: Leis superiores | Página: 200)
- Não é o alimento que entra na boca do homem que o contamina, mas o apetite com o qual é ingerido. (Capítulo: Leis superiores | Página: 202)
- A bondade é o único investimento que nunca falha. (Capítulo: Leis superiores | Página: 202)
- Uma pessoa impura é geralmente preguiçosa, alguém que senta junto ao fogão, prostrada ao sol brilhante, que repousa sem estar cansada. Quem quiser evitar a impureza, e todos os pecados, trabalhe com afinco, mesmo que seja limpando um estábulo. (Capítulo: Leis superiores | Página: 204)
## Vizinhos rústicos (2)
- É impressionante quantas criaturas vivem selvagens e livres embora secretamente nos bosques, e ainda assim se sustentam nas cidades vizinhas, e só os caçadores desconfiam de sua presença. (Capítulo: Vizinhos rústicos | Página: 211)
- Basta se sentar por tempo suficiente em algum lugar atraente da floresta para que, um por um, todos os seus habitantes venham se exibir para você. (Capítulo: Vizinhos rústicos | Página: 211)
## Aquecimento (3)
- Qualquer ambiente habitado pelo homem não deveria ser amplo o suficiente para criar alguma obscuridade sobre sua cabeça, onde sombras oscilantes possam brincar ao anoitecer em meio às vigas rústicas? (Capítulo: Aquecimento | Página: 223)
- Hoje em dia o anfitrião não admite mais você na lareira dele, mas mandou o pedreiro construir outra para você no seu corredor, e a hospitalidade é a arte de mantê- lo o mais distante possível. (Capítulo: Aquecimento | Página: 225)
- pois até os animais mais selvagens amam o conforto e o calor como o homem, e sobrevivem ao inverno apenas porque são cuidadosos em garantir que disponham de ambos. (Capítulo: Aquecimento | Página: 233)
## Antigos moradores; e visitas de inverno (1)
- Como é cego quem não vê a serenidade! (Capítulo: Antigos moradores; e visitas de inverno | Página: 246)
## Animais de inverno (1)
- Será uma terra, de fato, pobre, aquela que não der sustento sequer a uma lebre. (Capítulo: Animais de inverno | Página: 257)
## O lago no inverno (1)
- Se conhecêssemos todas as leis da natureza, só precisaríamos de um único fato, ou a descrição de um fenômeno concreto, para inferir todos os resultados particulares daquele ponto. (Capítulo: O lago no inverno | Página: 265)
## Primavera (4)
- O que é o homem senão uma massa de barro que degela? (Capítulo: Primavera | Página: 280)
- Como cada estação nos parece melhor no início, também a chegada da primavera é como a criação do cosmos a partir do caos e a realização da idade de ouro. (Capítulo: Primavera | Página: 285)
- Seria uma bênção viver sempre no presente, e tirar vantagem de cada acidente que nos ocorre, como a relva que confessa a influência da mínima gota de orvalho que cai sobre a folha e não passa o tempo que passamos compensando pela negligência nas oportunidades passadas, que é o que chamamos de cumprir com nosso dever. (Capítulo: Primavera | Página: 286)
- Ao mesmo tempo que somos ávidos para explorar e aprender todas as coisas, exigimos que todas as coisas sejam misteriosas e inexploráveis, (Capítulo: Primavera | Página: 289)
---