# Episódio
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# Descrição
Ministros comentaram nesta terça-feira (29) os pedidos de políticos e empresários para que o presidente [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] (PT) telefone a [[Donald John Trump|Donald Trump]] para negociar a ameaça tarifária feita ao Brasil. Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) disse que ligações entre chefes de Estado “não são telemarketing” e, neste caso, só devem acontecer se [[Donald John Trump|Trump]] indicar abertura.
Fernando Haddad (Fazenda) afirmou que uma medida assim obedece a certos protocolos e lembrou casos em que [[Donald John Trump|Trump]] constrangeu líderes convidados à Casa Branca. Segundo ele, canais de diálogo estão sendo desobstruídos e, em outra frente, a equipe econômica já apresentou a [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] planos de contingência se a sobretaxa de 50% passar a valer.
Um sinal que foi lido como positivo pelo Brasil veio do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Sem citar o Brasil, ele disse que itens que não são produzidos pelos americanos —como manga, cacau e café— podem ter tarifa zero. O Brasil também tenta a exclusão de itens pontuais do tarifaço, entre eles aeronaves da Embraer.
O [[Café da Manhã]] desta quarta-feira (30) discute se [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] deveria ligar [[Donald John Trump|Trump]] e, se sim, como poderia ser a conversa deles sobre tarifaço. [[Philip Yang]], senior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, explica o que está em jogo na diplomacia e analisa prós e contras no contexto da ameaça americana ao Brasil. Philip foi diplomata e participou de missões em Pequim e Washington.
# Notas
- O Brasil foi vítima de um ataque que inicialmente parece ser comercial mas que ficou claro, devido a carta de [[Donald John Trump|Donald Trump]], de que o ataque seria político também.
- A comunicação via telefone, neste caso, seria apenas um protocolo de formalização entre as partes depois que um acordo já foi estruturado. Sendo assim, parece que um telefone no presente momento não resolveria a situação.
- Normalmente, um telefonema entre dois presidentes (ou outros chefes de estado) exige uma grande produção e pauta para que a conversa seja feita. No caso de [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] e [[Donald John Trump|Trump]] a imprevisibilidade desse tipo de telefonema se faz presente devido a forma de atuação de ambos.
- Há vários motivos para não realizar um telefonema, como por exemplo: a resposta deve refletir o grau das ações que foram tomadas anteriormente; além disso, a imprevisibilidade é um problema como foi ocorrido entre Zelenski e [[Donald John Trump|Trump]];
- A evolução mais natural seria de que o telefonema fecharia uma negociação previamente realizada e estruturada. Já a evolução econômica das tratativas é difícil de prever, entretanto requerem uma medida dura do Brasil e possível coalisão com países igualmente afetados.
- A reação nos próximos dias entre [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] e [[Donald John Trump|Trump]] é fundamental para deixar claro qual será o tom da relação entre os dois chefes de estado.
- O tarifaço vai muito além das medidas econômicas diretas. Elas apontam também uma certa fraqueza dos Estados Unidos perante a economia global.
- Há destaque para a quantidade de dívida dos Estados Unidos que chega a cifras nos valores de 36 bilhões de dólares.
- O Pix é claramente uma ameaça aos Estados Unidos para o surgimento de novos mecanismos de pagamento ao redor do mundo que não contém com sistemas americanos e, possivelmente no futuro, sequer o uso do dólar.
- Existem estudos legais para avaliação de possíveis brechas existentes nas definições legais utilizadas para justificar o tarifaço.
- Em grande parte, um cessamento do fornecimento de bens e serviços brasileiros para os Estados Unidos pode levar a maiores pressões econômicas e políticas sobres os Estados Unidos. Isso possivelmente geraria melhores condições de negociação para o Brasil.
# Minha Experiência
> [!NOTE] Minha experiência
> Parece estar claro que a relação entre os dois chefes de estados ([[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] e [[Donald John Trump|Trump]]) gera um cenário de imprevisibilidade geral e possivelmente impediria a realização de um telefonema entre as partes. Além disso, parece ficar claro que uma das estratégias possíveis é deixar que as partes envolvidas em um acordo sofram as consequências de medidas duras (aumentos abusivos de tarifas, cessamento do envio de bens e serviços, aumentos dos preços e inflação, etc) antes de que as partes sentem a mesa para negociação.