# Episódio
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# Descrição
Por duas horas e 9 minutos, [[Jair Messias Bolsonaro]] foi interrogado no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. Sentado frente a frente com [[Alexandre de Moraes]], o ex-presidente negou a existência de um plano golpista e admitiu ter discutido com militares o que chamou de "soluções dentro da legalidade" para o resultado das eleições. [[Jair Messias Bolsonaro]] disse que "não havia clima" para um golpe. E negou ter editado a chamada minuta do golpe. O ex-presidente pediu desculpas a Moraes ao ser questionado sobre ter insinuado que ministros do Supremo recebiam propina durante as eleições. Ele também negou ter incentivado manifestações ilegais e chamou de "malucos" os que pediam um novo AI-5 ou intervenção militar. Para detalhar e analisar as implicações políticas do interrogatório de [[Jair Messias Bolsonaro]], [[Natuza Nery]] recebe a jornalista Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, âncora da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura. Juntas, elas avaliam a postura adotada pelo ex-presidente no Supremo: no encontro antecipado com [[Alexandre de Moraes]], houve até um clima de descontração – [[Jair Messias Bolsonaro]] "convidou" Moraes para ser seu vice em 2026; o ministro recusou. Vera também explica em que pontos [[Jair Messias Bolsonaro]] se complicou e em que outros apresentou contradições. Em seguida, [[Natuza Nery]] recebe Eloísa Machado, professora de Direito da FGV-SP e coordenadora do grupo de pesquisa 'Supremo em Pauta'. Eloísa avalia as consequências do depoimento para o futuro jurídico de [[Jair Messias Bolsonaro]]. Segundo ela, durante o interrogatório no Supremo, [[Jair Messias Bolsonaro]] se defendeu, mas também aproveitou a oportunidade para fazer campanha, com declarações direcionadas à sua base de apoio. Ela também explica os próximos passos do caso no Supremo Tribunal Federal.
# Notas
- No depoimento, fica claro que os investigados expressam descontentamento com a situação, mas identificaram que não havia sentimento público para dar continuidade às ações em questão. De qualquer forma, parece que houve uma tentativa de sugerir que havia integridade no processo eleitoral como um todo, especialmente no funcionamento das urnas eletrônicas.
- [[Jair Messias Bolsonaro]] indica que não teve acesso à minuta presente no processo, mas em entrevista passada, afirmou que teve acesso ao documento. De qualquer forma, sua declaração é de que não houve manipulação de tal documento. Este momento pode ser visto como uma contradição em suas declarações.
- Há uma estratégia de dizer que o documento apresentado contém apenas os "considerandos", ou seja, algumas informações não estruturadas. No entanto, o próprio documento contém informações relevantes como a presença do termo Garantia da Lei e da Ordem. (A conhecida GLO).
- Enquanto [[Jair Messias Bolsonaro]] indicou que o documento não era relevante, outro membro ouvido, um militar, indicou que estava preocupado com o conteúdo do documento e com a situação como um todo.
- Aparentemente, quem menos se complicou foi o Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil. Ele parecia estar bem assessorado e preparado para seu depoimento.
- Fica claro que [[Jair Messias Bolsonaro]] tem uma visão distorcida da constituição, buscando nela uma tentativa de ruptura legal, o que claramente não está presente no documento.
# Minha Experiência
O depoimento de [[Jair Messias Bolsonaro]] no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado revelou que os investigados, incluindo [[Jair Messias Bolsonaro|Bolsonaro]], expressaram descontentamento com a situação, mas, em última análise, reconheceram a falta de sentimento público para prosseguir com as alegadas ações golpistas. Parecia haver uma tentativa subjacente de sugerir a integridade do processo eleitoral, particularmente em relação às urnas eletrônicas.
No geral, as notas indicam que [[Jair Messias Bolsonaro]] tem uma "visão distorcida da constituição", interpretando-a de uma forma que sugere uma possibilidade de ruptura legal, o que a nota explicitamente afirma não estar presente no documento. Sua estratégia de defesa também pareceu envolver o uso do interrogatório como uma oportunidade para fazer campanha, direcionando declarações à sua base de apoio.