# Episódio
**Link:**
# Descrição
Definida a pena ao ex-presidente [[Jair Messias Bolsonaro|Jair Bolsonaro]], as forças políticas passam à fase de rearranjo de forças. Como ficam a direita, a extrema-direita e o centrão no Brasil após a condenação do ex-presidente por atentado contra a democracia? Para responder a esta e outras perguntas, [[Natuza Nery]] recebe [[Marcos Severino Nobre|Marcos Nobre]], professor titular de filosofia política da Unicamp e pesquisador do Cebrap, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Para [[Marcos Severino Nobre|Marcos Nobre]], o bolsonarismo segue ativo e presente como força social, digital e política, a pouco mais de um ano para as eleições presidenciais de 2026. O professor afirma que, mesmo fora das urnas e cumprindo pena, [[Jair Messias Bolsonaro|Bolsonaro]] segue como referência da direita e com forte liderança. [[Marcos Severino Nobre|Marcos Nobre]] reflete como o resultado do julgamento na 1ª Turma do Supremo é o espelho de um Brasil onde há duas visões de mundo opostas. Ele analisa como sai a força política da família Bolsonaro a partir da condenação do ex-presidente, e como fica o bolsonarismo. E conclui como ficam as instituições brasileiras após a decisão histórica tomada pelo STF na última semana.
# Notas
- Certamente ocorrerá um rearranjamento dos partidos políticos e dos políticos em sí após a condenação de [[Jair Messias Bolsonaro|Jair Bolsonaro]].
- O julgamento de [[Jair Messias Bolsonaro|Jair Bolsonaro]] acaba gerando uma maior percepção de punição e de que dar golpe é mais caro do que já foi anteriormente. Entretanto, isso não significa que novas tentativas contra os 3 poderes não acontecerão novamente.
- É preciso tomar cuidado pois momentos de instabilidade podem levar a novas regressões. É notável, por exemplo, que as instituições brasileiras já estão, em certa medida, disfuncionais visto que órgãos e poderes não realizaram seus papeis por uma série de motivos.
- Os avanços de [[Jair Messias Bolsonaro|Jair Bolsonaro]] contra as instituições em geral só foram possíveis por que Augusto Aras, Procurador Geral da República a época não faz nada para reduzir os ataques de [[Jair Messias Bolsonaro|Bolsonaro]].
- Parece que hoje não há mais uma polarização, no sentido de que eles eram lados opostos de uma mesma estrutura magnética, mas sim uma divisão, no sentido de que não é possível compartilhar algo em comum.
- O voto de Fux parece ignorar a existência de fatos que foram apresentados e interpretados de forma congruente pelos outros 4 ministros. Isso é perceptível, por exemplo, na interpretação de que Fux teve o único voto divergente entre os ministros.
- Provavelmente teremos um fortalecimento da extrema direita no Brasil visto que o discurso de perseguição política ficará cada vez mais forte. Além disso, é possível que o bolsonarismo viva sem [[Jair Messias Bolsonaro|Bolsonaro]], especialmente por que este deve se tornar um mártir.
- A história frequentemente demonstra que a extrema direita tende a assimilar a direita tradicional. Um exemplo disso pode ser observado na relação entre Paulo Guedes e [[Jair Messias Bolsonaro|Bolsonaro]], na qual Guedes tinha a expectativa de que conseguiria moderar [[Jair Messias Bolsonaro|Bolsonaro]], mas essa previsão não se concretizou. De toda forma, a relação entre direita tradicional e extrema direita é de constante conflito.
- Apesar das divergências entre os dois campos, é provável que em determinado momento os dois entrem em um acordo visto que a potência eleitoral dos dois campos unidos é vantajosa para eles. Quanto mais a base bolsonarista for incentivada até as eleições melhor deve ser o resultado dos dois grupos.
- [[Jair Messias Bolsonaro|Jair Bolsonaro]] provavelmente não deve conseguir participar das eleições. Entretanto, ele certamente será usado por diferentes candidatos para alavancar votos.
- As eleições para os membros do congresso e senado certamente será fundamental para todos os partidos políticos. Além disso, o posicionamento de apoio ou rejeição a certos candidados colocará os políticos na tabuleiro estratégico para quem sabe galgar novas posições na próxima eleição presidencial. É importante destacar que o próximo presidente terá poder/oportunidade de indicar ministros do STF devido a aposentadoria de alguns de seus membros.
- O governo do [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] é um governo de minoria, em especial por que ele precisa de apoio dos partidos do centrão para aprovação de medidas. Entretanto, é certo que tal apoio vem sempre a partir de contrapartidas e seções do governo.
- Refazer instituições e bases é mais demorado do que destrui-las.
- Em 2026 teremos uma instabilidade contratada. Isso vem não apenas do que está acontecendo no Brasil mas sim no que está acontecendo ao redor do mundo, com o crescimento do autoritarismo em diferentes países e instituições políticas.
- Precisamos pensar em 3 velocidades: rápida de forma a preservar as instituições existentes; média que é impedir regimes autoritários de extrema direita de emergir; e lenta que é definir que projeto de país (e planeta) teremos após a derrota da extrema direita.
# Minha Experiência
> [!NOTE] Meus comentários
> É inegável que políticos e seus partidos estão se reposicionando estrategicamente para as próximas eleições legislativas e executivas. Tais movimentações serão acompanhadas de perto por todos os espectros políticos. Adicionalmente, será fundamental observar se as instituições conseguirão reconstruir seus poderes para garantir uma defesa eficaz da democracia.